Radar do Mercado: Santander (SANB11) – Prudência e responsabilidade em projeções

O Banco Santander (Brasil), por meio de nota, esclareceu-se perante à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a B3 sobre duas informações constantes de matéria publicada pelo jornal Valor Econômico em 08/12/2017, sob o título “Na pele de CEO popstar, Rial tenta criar nova cultura no Santander”.

Segundo as entidades, no portal de notícias constava, entre outras informações, que o Santander alcançou lucro de R$ 10 bilhões em 2017 e que elevou a meta de 2018 para um lucro de R$ 12 bilhões.

Em relação a esses informes, o Santander se manifestou salientando que nenhuma das duas cifras mencionadas na matéria e transcritas ao ofício foram obtidas por meio de suas fontes oficiais de comunicação.

A companhia reforçou, ainda, que o evento objeto da notícia era uma celebração do ano de 2017 restrita aos empregados do banco e suas controladas, tratando-se, portanto, de um evento fechado e interno do Grupo Santander Brasil, não direcionado ao mercado, através do qual, além de promover a integração dos seus mais de 40 mil funcionários no Brasil e de reforçar a sua cultura, o evento tinha por objetivo reconhecer o desempenho dos empregados da companhia até o momento.

“O discurso de cunho motivacional proferido pelo Diretor Presidente da companhia não serviu para estabelecer metas, compromissos ou objetivos para o resultado do ano de 2018 e baseou-se apenas nos resultados já divulgados no decorrer de 2017”, destacou o banco no seu comunicado.

 

O Banco Santander Brasil é o único banco internacional com escala no país, e carrega consigo o mérito de ser o terceiro maior banco privado no Brasil, ficando atrás apenas do Itaú e do Bradesco em termos de rentabilidade.

Cabe ressaltar ainda que, atuando com foco no varejo, a companhia faz parte do Grupo Santander, com sede na Espanha, e vem contribuindo com 26% dos resultados globais do grupo nos primeiros nove meses de 2017.

No âmbito do esclarecimento prestado a respeito de suas projeções, consideramos bastante prudente e equilibrada a postura da instituição, a qual reforçou que os números apresentados por seu Diretor Presidente não serviram para estabelecer metas, compromissos ou objetivos para o resultado do ano de 2018 e basearam-se apenas nos resultados já divulgados no decorrer de 2017.

É interessante destacar, neste sentido, que no terceiro trimestre deste ano a companhia apresentou um lucro líquido gerencial que somou R$ 7.201 milhões nos primeiros nove meses de 2017, atingindo o maior patamar histórico, com crescimento de 34,6% em doze meses e aumento de 10,7% em três meses.

Além disso, em termos de rentabilidade, a instituição apresentou um retorno sobre o patrimônio líquido médio (ROAE), ajustado pelo ágio, de 17,1% no terceiro trimestre de 2017, apresentando aumento de 1,3 pontos percentuais em dozes meses, resultado este suportado, em grande parte, pela dinâmica do varejo e fortalecimento de seus negócios líderes.

Esses números demonstram muito a magnitude do setor bancário no Brasil, e por isto gostamos muito deste segmento de atuação.

Apesar do Santander se mostrar bastante competente em sua atuação e, no papel de acionistas, gostarmos muito dos bancos como um todo, entendemos que o preço atual de seu papel SANB11 – cotado no fechamento do último pregão a R$ 32,08 – não proporciona uma margem de segurança satisfatória a nossos assinantes e, por conta disso, preferimos ficar de fora até que os preços desses papéis apresentem um desconto interessante.

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Tiago Reis
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