Radar do Mercado: Forjas Taurus (FJTA4) – Nova diretoria enfrentará desafios operacionais

A Forjas Taurus comunicou ao mercado no último dia 29 (sexta-feira), que os senhores Marco Aurélio Salvany e Thiago Piovesan, encaminharam à Secretaria do Conselho de Administração da companhia as suas cartas de renúncia de seus respectivos cargos, sendo o primeiro de Diretor Presidente e o segundo Vice-Presidente Administrativo Financeiro e Diretor de Relações com Investidores.

A Forjas Taurus informou também que seu Conselho de Administração apreciou as renúncias dos senhores Marco Aurélio Salvany e Thiago Piovesan, e nomeou Salesio Nuhs, atual Vice-Presidente de Vendas e Marketing da companhia, para assumir as atividades anteriormente exercidas por Salvany, como Diretor Presidente e, também, o cargo de Diretor de Relações com Investidores, antes exercido por Piovesan. Sendo assim, Nuhs passará a acumular os cargos de Diretor Presidente e Diretor de Relações com Investidores da Forjas Taurus.

A companhia também ressaltou em seu comunicado que Nuhs atua há 27 anos no segmento de armas e munições e é uma importante referência para esse mercado. É, ainda, Presidente da Associação Nacional de Armas e Munições – ANIAM – desde 2012, membro efetivo do Conselho Consultivo do Sistema de Fiscalização de Produtos Controlados do Exército Brasileiro e desde 2015 ocupa o cargo de Vice Presidente de Vendas e Marketing na Taurus, após a aquisição do controle dessa empresa pela Companhia Brasileira de Cartuchos – CBC – possuindo, dessa forma, “um amplo e profundo conhecimento de sua operação e do mercado brasileiro, tendo assim, uma sólida preparação e credibilidade para conduzir a reestruturação e o crescimento sustentável da Taurus”, ressaltou a empresa em trecho de seu comunicado.

 

Torcemos para que a nova gestão da Forjas Taurus consiga, de fato, trabalhar de maneira sólida e consistente no que diz respeito à reestruturação e o crescimento sustentável da companhia, haja visto que a sua situação operacional, neste momento, se encontra em uma situação bastante crítica.

Tomando-se como base os seus últimos resultados divulgados, que levam em conta os seus números do terceiro trimestre de 2017, é possível constatar que a companhia apresentou, no período, um Ebitda negativo de R$ 24,9 milhões que, segundo a empresa, foram impactados principalmente pela performance do mercado nos EUA e por novos provisionamentos para contingências cíveis e trabalhistas.

No acumulado de 2017, o Ebitda da empresa registra saldo negativo de R$ 23,5 milhões, contra um resultado também negativo de R$ 44,9 milhões no mesmo período do ano anterior.

Segundo a empresa, esse resultado foi impactado, em grande parte, por um alto Custo dos Produtos Vendidos (CPV) e por um considerável patamar de despesas operacionais SG&A (vendas, gerais e administrativas).

Pôde ser percebido, ainda, que esse resultado negativo se consolidou mesmo com um aumento de 16,3% frente ao 2T17 da receita líquida consolidada da empresa, que atingiu R$ 211,1 milhões. Quando comparado com o mesmo período do ano passado, porém, a receita líquida apresentou uma queda de 5,3%.

Como consequência, ao final de setembro deste ano, a Forjas Taurus apresentou registrou um prejuízo de R$ 18,5 milhões frente a um resultado também negativo de R$ 31 milhões no 2T17. Assim sendo, nos nove meses de 2017, a companhia acumula um prejuízo de R$ 55,9 milhões, contra saldo também negativo de R$ 44,2 milhões no mesmo período de 2016.

Paralelamente, há de se destacar também que, no período, o endividamento líquido da companhia contabilizou R$ 709,4 milhões, com a maior parte desses compromissos, entretanto, apresentando vencimento de caráter de longo prazo.

Diante de toda essa situação desafiadora em que se encontra, a Forjas Taurus apresentou, no período, um consumo de caixa de R$ 4,9 milhões no 3T17 contra um consumo de R$ 11,3 milhões no 2T17. Assim, o saldo final de caixa e equivalente a caixa apresentou recuo de 41,9% no 3T17 em comparação ao 2T16, totalizando um montante de R$ 6,8 milhões.

Esse fenômeno pode ser explicado, em grande parte, pelo fato de que, diante de muitos contratempos operacionais como se encontra a Forjas Taurus nesse momento, qualquer companhia se vê na necessidade de ter que “queimar caixa” para conseguir honrar com seus compromissos de curto prazo.

Cabe destacar, ainda nesse sentido, que a empresa segue sem pagar os fornecedores no prazo normal. Neste quesito, a companhia sempre “reagendou” o pagamento de diversos fornecedores. Se fosse pagar em dia o consumo de caixa seria ainda maior.

Obviamente que essa situação não é sustentável no decorrer do tempo, e certamente chegará o momento em que, não tendo mais caixa para queimar, a companhia se encontrará em uma situação muito mais complicada em que se encontra agora.

Vale lembrar que o papel dessa companhia recentemente foi alvo de um fluxo especulativo irresponsável e sem fundamentos e, nessa conjuntura, reforçamos nossa opinião e sugestão a nossos assinantes de se manterem a distância dessa complicadíssima empresa, que se encontra numa situação bastante desafiadora para o longo prazo.

Dito isso, reforçamos nosso posicionamento de nos manter de fora de Forjas Taurus por tempo indeterminado.

ACESSO RÁPIDO
Disclaimer de artigos
Tags
Tiago Reis
Compartilhe sua opinião
Nenhum comentário

O seu email não será publicado. Nome e email são obrigatórios *

Ajude a Suno a Melhorar participando de um teste rápido!

CLIQUE AQUI