Radar do Mercado: Unipar (UNIP6) – Resultado positivo e possibilidade de ainda mais dividendos

A Unipar Carbocloro, companhia com atividades preponderantes na fabricação de cloro, derivados de cloro e soda cáustica e acionista controlador da Unipar Indupa S.A.I.C., empresa argentina produtora de PVC (policloreto de vinila) e soda cáustica na Argentina e no Brasil, apresentou ontem (14) os resultados individuais e consolidados do quarto trimestre (4T17) e do acumulado do ano de 2017.

É interessante destacar, de antemão, que em relação ao mercado de atuação da Unipar Carbocloro, ou seja, a indústria de cloro/soda, os dados divulgados pela ABICLOR (Associação Brasileira da indústria de Álcalis, Cloro e Derivados) mostraram um índice de utilização média da capacidade instalada de 76,8% no ano de 2017, inferior ao índice de 78,6% registrado em 2016.

Já no mercado internacional, o ano de 2017 caracterizou-se pela manutenção dos níveis de operação ajustados às condições de demanda pelos produtores de PVC e cloro/soda na Costa do Golfo (US Gulf Coast).

No final de agosto, com a chegada do Furacão Harvey, observou-se um movimento de paralisação das operações na maioria das plantas locais. Além disso, este evento prejudicou o abastecimento local por conta de danos ocorridos em estradas e em outras vias de escoamento de produtos.

Como a atividade do mercado spot de soda cáustica continuou aquecida e a oferta mais restrita, observou-se uma elevação do preço médio no 4T17 na Costa do Golfo da ordem de 25% em relação ao trimestre anterior, fortemente impactado pelos desdobramentos do Furacão Harvey, incluindo restrições de ordem de logística para transporte dos produtos.

Para o PVC, os preços no mercado internacional demonstraram comportamento de queda, mas acredita-se que devem ser readequados com a retomada da atividade do mercado consumidor, sobretudo nos EUA, após os eventos climáticos relatados anteriormente.

Diante dessa conjuntura no mercado interno e externo, a companhia apresentou uma Receita Operacional Líquida Consolidada no ano de 2017 que foi de R$ 3,02 bilhões.

No 4T17, esse resultado foi de R$ 755,8 milhões, 5% inferior ao 3T17, explicada, principalmente, pelo menor volume de vendas da Indupa (8% de PVC e 8% de químicos) afetada pela parada programada de manutenção nas plantas.

Já as Despesas com Vendas Consolidadas no 4T17 somaram R$ 40,6 milhões, 15% inferiores ao 3T17, variação explicada principalmente pelo menor volume de vendas.

No ano de 2017, essas mesmas Despesas com Vendas Consolidadas totalizaram R$ 175,0 milhões, ao passo que as Despesas Gerais e Administrativas Consolidadas totalizaram R$ 56,2 milhões no 4T17, 23% superiores ao 3T17, explicada principalmente pela parcela da amortização da mais valia da controlada e despesas de reestruturação relacionadas ao processo de sua integração. No ano de 2017, totalizaram R$ 198,1 milhões.

Paralelamente, o Resultado Financeiro Líquido Consolidado foi negativo no valor de R$ 50,2 milhões no 4T17 versus resultado positivo de R$ 1,1 milhão no 3T17, devido variação cambial negativa sobre débitos com terceiros (aquisição Solvay Indupa S.A.I.C).

Ainda, no ano de 2017, o resultado foi negativo no valor de R$ 93,8 milhões.

Diante desse cenário, o Lucro Líquido Consolidado da Unipar foi de R$ 108,3 milhões no 4T17, 22% inferior ao 3T17 (R$ 138,3 milhões), variação explicada, sobretudo pela variação cambial negativa sobre débitos com terceiros e pelo menor volume de vendas no período. No ano de 2017, o lucro líquido foi de R$ 306,3 milhões.

Dessa maneira, no 4T17, a companhia registrou um EBITDA Consolidado de R$ 216,9 milhões, 16% superior ao registrado no 3T17. Esta variação é justificada principalmente pelo impacto positivo do resultado de equivalência patrimonial (22% superior a 3T17) e pelo bom desempenho operacional. No ano de 2017, o EBITDA foi de R$ 630,8 milhões.

Ainda, em 31 de dezembro de 2017, o saldo de Dívida Líquida Consolidada da companhia era de R$ 438,6 milhões, 11% superior quando comparado ao saldo de 30 de setembro de 2017. Estas variações refletem especialmente o pagamento dos dividendos bem acima da média pagos no decorrer do ano de 2018 e do desinvestimento na Tecsis da cont       roladora, compensados pela geração operacional de caixa.

Os gráficos a seguir demonstram a evolução trimestral do indicador Dívida Líquida/EBITDA dos últimos 12 meses, que reflete um controle bastante responsável da companhia frente a seus compromissos e o cumprimento do fluxo de amortizações da dívida no decorrer do tempo.

Por fim, em 31 de dezembro de 2017, os saldos das contas Caixa e Equivalentes de Caixa e Aplicações Financeiras foram, respectivamente, de R$ 78,6 milhões e R$ 323,2 milhões. (R$ 383,3 milhões e R$ 96,6 milhões respectivamente em 31 de dezembro de 2016).

As principais variações do caixa no período foram o caixa líquido gerado pelas atividades operacionais de R$ 422,3 milhões; o consumo de caixa pelas atividades de investimentos no valor líquido de R$ 466,9 milhões, justificados principalmente pelo resgate de aplicações financeiras no valor de R$ 218,4 milhões, pela compra de imobilizado no valor de R$ 151,8 milhões e pelo desinvestimento na Tecsis no valor de R$ 110,0 milhões; e o consumo de caixa pelas atividades de financiamento no valor de R$ 251,2 milhões justificados principalmente pelo pagamento de juros e principal da dívida financeira no montante de R$ 578,7 milhões e do pagamento de dividendos da controladora no valor de R$ 387,4 milhões realizados em maio, agosto e dezembro de 2017, compensado pela captação de empréstimos na ordem de R$ 714,9 milhões.

Gostamos muito dos resultados da Unipar Carbocloro no último trimestre e temos muita satisfação de ter proporcionado a muitos de nossos assinantes a participação nesse vitorioso processo de turn around executado com sucesso pela gestão da companhia no ano de 2017.

Entendemos que a companhia tem tudo para continuar nesse ritmo de ascensão operacional, o que pode ser traduzido em maior geração de valor e distribuição de dividendos para seus acionistas que, diga-se de passagem, têm sido bastante satisfatórios, principalmente no último ano.

Não bastasse os extraordinários dividendos pagos no decorrer de 2017 pela companhia a seus acionistas, a companhia informou, ainda ontem, que no próximo dia 8 de abril, será realizada a Assembleia Geral Ordinária, onde será também deliberada a proposta de pagamento de dividendos referente ao ano de 2017, ao qual foi apurado um dividendo mínimo obrigatório de R$ 71.881.143,97 que foi adicionado à realização da reserva de lucros a realizar, no montante de R$ 19.229.315,40, gerando dividendos da ordem de R$ 91.110.459,36.

Caso aprovada a referida proposta, os dividendos serão pagos por meio de crédito em conta corrente, a partir do dia 30 de abril, a serem distribuídos entre as diferentes espécies e classes de ações de emissão da companhia, da seguinte forma:

  • Montante de R$ 29.430.185,70 às ações ordinárias, correspondente a um dividendo de R$ 1,0604562053 por ação ON;
  • Montante de R$ 3.021.953,63 às ações preferenciais classe “A”, correspondente a R$ 1,1665018258 por ação PN A;
  • Montante de R$ 58.658.320,03 às ações preferenciais classe “B”, correspondente a R$ 1,1665018258 por ação PN B.

Ficamos muito satisfeitos com os resultados da companhia no ano de 2017 e com o anuncio do provável pagamento de tais proventos a partir do mês de abril, e salientamos que aqueles que confiaram em nossa indicação desde o início obtiveram ganhos expressivos no case, e entendemos, ainda, que essa companhia ainda tem muito apresentar, principalmente quando boa parte de sua dívida começar a ser digerida pelo grupo.

Seguimos com nossa indicação em Unipar, ao passo que reforçamos nosso pedido de respeito ao preço teto de entrada no ativo, de modo que uma satisfatória margem de segurança possa ser estabelecida na aplicação.

ACESSO RÁPIDO
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Tiago Reis
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