Crédito rotativo: o empréstimo mais caro do mercado
Se você tem cartão de crédito provavelmente já ouviu falar em crédito rotativo, algo altamente lucrativo para os bancos.
Quando fica difícil pagar a fatura, o crédito rotativo aparece vestido de salvador para tornar possível a quitação daquela dívida, certo? Mas é importante pensar bem antes de aderir a esta nada vantajosa oportunidade.
O crédito rotativo é a possibilidade de parcelar uma fatura já em aberto, ou o famoso “pagar o mínimo” do cartão. Este adiamento, no entanto, é visto como um empréstimo pela empresa do cartão de crédito.
Por isso, o restante desta conta chegará em forma de boleto no próximo mês e ainda mais encorpada, uma vez que acumulará o que deixou de ser pago com o valor da fatura seguinte, acrescido dos juros.
Justamente por causa dos juros, esta opção de pagamento é rechaçada por economistas. Isso porque estas são as maiores taxas do mercado, tendo chegado a 484,6% ao ano.
Cabe ressaltar que se utilizar de empréstimos para pagar despesas pessoais tende a ser ruim no longo prazo, já que a pessoa estará deixando de economizar para investir para pagar juros para instituições financeiras.
Características do crédito rotativo
O crédito rotativo tem algumas características próprias que precisam ser consideradas:
- Não é apenas pagando o mínimo da fatura do cartão de crédito que se cai no rotativo. Qualquer valor abaixo do integral da cobrança terá esta mesma proporção de juros.
- Só é possível usar o crédito rotativo uma vez. Se o consumidor não conseguir quitar a fatura seguinte, a empresa pode oferecer a ele alguma outra opção de pagamento, mas não mais o crédito rotativo.
- Durante o período em que a dívida está sendo paga, o uso do cartão objeto da negociação costuma ser restrito.
- Outro ponto a se atentar é que os bancos podem escolher qual será o percentual do pagamento mínimo da fatura de acordo com o contribuinte. No entanto, esta alteração precisa ser avisada ao cliente com 30 dias de antecedência.
Algumas destas regras foram criadas em 2017, para evitar que os devedores caíssem em uma bola de neve, de tal proporção, que se tornasse praticamente impossível quitar o débito.
Além disso, a alteração obriga os bancos a oferecerem formas de parcelamento com juros mais baixos.
Com isso, se hoje o cliente não conseguir pagar a fatura após ter optado pelo crédito rotativo, ele pode parcelar a dívida ou então negociar um prazo e uma taxa de juros para pagar o débito.
Outras opções para o crédito rotativo
Existem modalidades de empréstimo que possuem taxas bem menores de pagamento do que o crédito rotativo.
Com isso, é bom analisá-las antes de optar por cair no rotativo, para que o saldo final da dívida seja o menor possível.
O cheque especial não é uma opção viável, por ter exatamente o mesmo problema do crédito rotativo: juros muito altos, de aproximadamente 7,78% ao mês, totalizando 145,73% ao ano.
O crédito pessoal, por sua vez, possui taxas um pouco menores (em torno de 4% ao mês) e é mais acessível, especialmente para quem tem um bom relacionamento com o seu banco.
Alguns destes bancos, inclusive, criaram até a possibilidade de pedir este empréstimo via smartphone, ao alcance de um clique.
Por fim, o crédito consignado é o que oferece as menores taxas, girando em torno de 1,5% ao mês.
Mas há uma desvantagem a se considerar: o valor acordado será descontado diretamente do salário do consumidor, sem que haja como deixar de pagar a dívida caso as contas do mês não fechem.
Com todas essas possibilidades apresentadas, como já foi dito, vale lembrar que o ideal é não utilizar empréstimos. A primeira regra para os investimentos é acumular o capital a ser investido, o que vai na direção oposta à utilização de crédito.
O crédito rotativo, que atualmente tem juros de 238,30% ao ano, se torna uma opção desvantajosa para quem deseja pagar menos e ainda manter o seu nome limpo.