Fordismo e o seu legado nos meios de produção
Termo recorrente quando o assunto é indústria, o fordismo teve início em 1914, mas continua vigente até hoje.
Isso porque o fordismo revolucionou os modos de produção – e seus custos – mundo afora.
O que é o fordismo?
O fordismo é uma forma de produção em massa baseada na criação de uma linha de produção. Nela, cada funcionário (ou equipe) é responsável por uma ação específica, atuando apenas em uma parte do desenvolvimento do produto final.
A técnica leva este nome em virtude do seu criador, Henry Ford, dono da famosa empresa de automotores que ainda figura entre as mais importantes deste mercado.
Princípios do fordismo
As características do fordismo são baseadas em três princípios: intensificação, economicidade e produtividade.
- Intensificação: A ideia é reduzir o tempo de produção e da chegada da mercadoria ao público, através de técnicas com esta finalidade. Este era o objetivo da linha de montagem.
- Economicidade: Como mercadoria parada resulta em perda de dinheiro, uma das metas do fordismo era reduzir as peças em estoque ao mínimo necessário. Além disso, era preciso reduzir o custo do produto. Por isso, uma das medidas mais famosas do fordismo foi pintar todos os carros com uma mesma cor: preto. Henry Ford costumava dizer que “o cliente pode ter o carro da cor que quiser, desde que seja preto”, isso porque a tinta preta era mais barata e secava mais rápido.
- Produtividade: Ao deixar um mesmo trabalhador executando uma função repetidas vezes, este se torna um especialista na área, desempenhando o trabalho de forma mais eficiente do que alguém com um conhecimento e prática genérica o faria.
Fordismo e a revolução do mercado
Na época de sua criação, o fordismo foi revolucionário.
Isso porque antes da segunda revolução industrial, a produção era mais cara e demorada para a empresa.
Quando o processo se tornou semiautomatizado, a situação mudou.
A indústria automobilística Ford, do empresário Henry Ford, implantada nos Estados Unidos, foi a primeira a fazer uso das esteiras que levavam o chassi do carro a percorrer toda a fábrica.
O primeiro modelo produzido por Henry Ford foi o Ford Modelo T, conhecido no Brasil como Ford Bigode.
Cada funcionário passou a fazer uma parte do processo de produção do veículo.
Assim, quem dobrava uma chapa não tinha contato com o processo de pintura do carro em questão, por exemplo.
Na época, o investimento que a empresa tinha que fazer para adquirir as máquinas que permitiriam a adesão a este sistema era grande.
No entanto, o caro maquinário logo se pagava.
Isso porque barateamento dos produtos tornou-os mais acessíveis aos consumidores. Com isso, o número de vendas aumentou consideravelmente.
Esse aumento no lucro fez com que diversas empresas desejassem copiar o modelo de produção.
Tal mudança não se limitou à indústria automobilística, mas se expandiu para todas as outras, especialmente para o setor têxtil.
O fordismo não apenas criou a linha de produção, mudou a forma de controlar o estoque da empresa.
Isso porque estas informações passaram a ser registradas praticamente em tempo real.
O fordismo evoluiu, posteriormente, pelo toyotismo, modelo de sistema de produção com maior foco na qualidade do produto.
Este sistema criou uma série de mecanismos de controle de qualidade para cada etapa da produção.
Críticas ao fordismo
Apesar das vantagens econômicas e produtivas do fordismo, as críticas sociais ao modelo de produção são muitas.
Um exemplo disso é o filme Tempos Modernos, com Charles Chaplin, que satiriza as linhas de montagem e as condições de trabalho dos funcionários destas montadoras.
Além disso, com a evolução nas linhas de produção, o fordismo passou a ser substituído pelo Toyotismo na segunda metade do século XX. Isso porque o último modelo tornava a fabricação mais flexível, o que atendia melhor os desejos dos consumidores.