Entenda como a taxa de carregamento incide sobre os planos de previdência

Entrar em uma previdência privada é uma opção de investimento em longo prazo cada vez mais popular entre o público brasileiro. Porém, antes de se decidir, é necessário se informar sobre todos os detalhes que envolvem esse investimento  – como formas de tributação, aplicação, resgate e taxas cobradas. Dentre as taxas a serem pesquisadas, por exemplo, aquela que o interessado deve ter mais atenção é a taxa de carregamento.

A taxa de carregamento é um tipo de cobrança específica dos planos de previdência. Por isso, analisá-la antes de entrar em um plano pode fazer total diferença na rentabilidade obtida no futuro.

 O que e é a taxa de carregamento?

A taxa de carregamento é uma cobrança percentual realizada sobre o capital aplicado em um plano de previdência privada, como os PGBL ou VGBL. Ela existe para custear as despesas de administração e manutenção das aplicações, como os custos de venda e as corretagens do plano.

Normalmente, as taxas de carregamento praticadas no mercado podem chegar em até 5% do valor depositado pelos clientes. Porém, a sua cobrança não é obrigatória, e sim opcional. Logo, cabe ao próprio plano definir se a taxa será cobrada e qual será o seu valor. Existem vários planos no mercado que não efetuam esse tipo de cobrança, isentando seus clientes da taxa de carregamento.

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Como a taxa de carregamento é cobrada?

Ao contrário de outras taxas, a taxa de carregamento não é cobrada regularmente. Ou seja, não se trata de um recolhimento feito periodicamente todo mês ou todo ano – como acontece com a taxa de administração, por exemplo.

A taxa de carregamento é cobrada apenas quando o beneficiário faz uma nova movimentação no seu plano, seja de entrada ou saída de capital. Ou seja, isso significa que a cada aporte ou saque realizado pelo investidor, o plano pode reter uma porcentagem do valor movimentado como taxa de carregamento.

Por isso, os planos de previdência pode cobrar a taxa de carregamento de três formas:

Cobrança na entrada

A taxa de carregamento antecipada ocorre no momento da contribuição e incide sobre o dinheiro que é depositado. Dessa forma, quanto maior for a quantia aplicada, maior será o valor cobrado. No mercado, esse tipo de cobrança é popularmente conhecido como “Taxa de Entrada”.

Exemplo:

O investidor aplica R$ 1000 no seu plano de previdência privada. Esse plano cobra uma taxa de carregamento de 3% na entrada.

Logo, dos R$ 1000, R$ 970 são aplicados e R$ 30 ficam com a instituição.

Cobrança na saída

A taxa de carregamento postecipada ocorre no momento do resgate do plano, quando o investidor for sacar seu dinheiro. No mercado, esse tipo de cobrança é popularmente conhecido como “Taxa de Saída”.

Porém, a instituição pode cobrar taxas de carregamento menores de acordo com o tempo de permanência no plano. Essa medida é feita para que os investidores mantenham suas aplicações por um prazo maior. Logo, quanto maior for o tempo de aplicação, menor a será a taxa.

Exemplo:

O investidor aplicou R$1000 em seu plano, e após 4 anos, o montante aplicado chegou a R$ 1500. A taxa de carregamento desse plano é cobrada na saída, e tem o valor de 2% para aplicações com mais de 3 anos.

Como a cobrança é feita sobre os R$ 1000 que foram aplicados no passado, a taxa de carregamento será de R$ 30. Dessa forma, o investidor recebe R$ 1470, e R$ 30 ficam com a instituição.

Cobrança dupla

Em alguns casos, a taxa de carregamento pode ser cobrada duplamente, tanto no momento da contribuição e quanto na retirada do dinheiro.

Exemplo:

O investidor aplica R$ 1000 no seu plano de previdência privada. Esse plano cobra uma taxa de carregamento de 1% na entrada e 2% na saída. Logo, no momento da aplicação, a instituição fica com R$ 10 e os R$ 990 são aplicados no plano.

Após dois anos, o montante acumulado no plano chega a R$ 1200 e o investidor decide realizar o resgate do dinheiro. Como os 2% de taxa de carregamento de saída serão aplicados sobre os R$ 1000 iniciais, a instituição fica com mais R$ 20 e o investidor recebe R$ 1180.

Efeitos da taxa de carregamento sobre a rentabilidade do plano?

A taxa de carregamento é um dos principais custos dos planos de previdência privada. Mesmo sendo um porcentagem pequena, cada cobrança retira do investidor uma quantia que poderia estar rendendo dentro montante investido. Por isso, como a previdência é um investimento de longo prazo, esse tipo de taxação acaba tendo um grande impacto na rentabilidade do plano.

Por isso, o recomendado é sempre pesquisar por instituições que ofereçam isenção na taxa de carregamento. Por meio da portabilidade de planos de previdência, é possível até mesmo mover um plano já existe para outra instituição que não cobre essa taxa.

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Tiago Reis
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3 comentários

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  • Luiz Fernando 14 de julho de 2020
    Com relação a taxa de "saída", esse valor pode ser cobrado mesmo que o fundo esteja dando prejuízo ? Há como pleitear a isenção da taxa caso não tenha ficado claro que haveria essa cobrança no momento do investimento ?Responder
  • Marcos Silva 30 de agosto de 2020
    Qual a diferença entre taxa de carregamento e taxa de administração?! Ao fazer cada aporte, a rentabilidade será calculada sobre o valor bruto ou sobre o valor líquido, após a cobrança dessas taxas?!Responder
    • Suno Research 31 de agosto de 2020
      Olá, Marcos. Tudo bem? A taxa de administração é a taxa mais comum e é cobrada por quase todos os fundos de investimento. Ela é expressa em base anual, mas é cobrada diariamente de maneira proporcional. As cotas já são líquida dessa taxa, ou seja, aquele valor de rentabilidade já está descontado da cobrança. A taxa de carregamento, por sua vez, é mais comum em fundos previdenciários e é um percentual cobrado sobre cada depósito ou retirada feita no plano de previdência privada. Por fim, a rentabilidade será calculada sobre o valor líquido. Atenciosamente, Equipe Suno.Responder

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