Entenda o que é ágio, um conceito tão presente no dia a dia
Em finanças há muitos termos que são constantemente usados, mas pouco explicados. Um deles é o ágio, e o seu contrário, o deságio.
O ágio pode ser aplicado em qualquer mercadoria, seja um bem físico ou aplicações financeiras.
Ágio é o prêmio resultante da troca de um valor por outro. Ou seja, é o valor que é cobrado a mais por determinada mercadoria ou operação financeira. Podendo, em diversas situações, ser considerado um juro ou um lucro.
Vejamos alguns exemplos para entender o que é ágio.
Um dos exemplos mais comuns de aplicação de ágio é em leilões. Quando um produto é leiloado, ele começa com um valor de avaliação. Conforme vão sendo feitos lances, o valor vai subindo acima do valor avaliado. Quando o objeto é arrematado, a diferença entre o valor pago e o valor de avaliação é o ágio – que, de certa forma, não deixa de ser o lucro que o leilão está tendo com essa venda.
Um clássico exemplo financeiro é o financiamento. Um produto pago à vista é X reais. Mas em 10 vezes é X mais 10% em juros. Esses 10% a mais no valor é chamado de ágio, que nada mais é do que os juros do parcelamento.
No mercado de renda fixa também é bastante comum. O título possui um valor de face, mas é negociado no mercado que o vai precificando de acordo com mudanças de cenários ou risco de crédito. Quando o título se valoriza no mercado ele ganha um ágio para ser negociado.
Já quando desvaloriza ganha um deságio, que é quando o valor fica abaixo do valor de mercado. Sendo a diferença entre o preço de mercado e o preço pelo qual o produto foi adquirido.
Analisando o ágio
Como vimos nos exemplos acima, o ágio é ruim para o comprador, que está pagando um valor acima do valor real do produto. Mas é bom para o vendedor, de um título, por exemplo. Já que ele está conseguindo mais lucros do que o esperado.
Uma questão interessante é que ele pode ser transferido em uma venda, passando assim o custo adicional do produto para o comprador.
Isso é bem comum no mercado de carros, o ágio de carros. Quando se compra um carro em financiamento, ele é incluído nos juros das parcelas, como vimos acima.
Ás vezes, as condições de vida do comprador mudam e ele não consegue mais pagar as parcelas. Por isso, põe o carro a venda e passa as parcelas subsequentes para o novo dono. Em geral, para se livrar rapidamente da dívida, o carro é vendido com um deságio. O que pode ser interessante.
No entanto, a dívida é legalmente assumida pelo novo proprietário, que assume o parcelamento do carro e, assim, os juros do financiamento. E em geral, as condições de parcelamento não mudam.
Por isso, é preciso analisar bem o contrato para entender que tipo de dívida se está assumindo com a compra do carro. O mesmo vale para a compra de imóveis também em parcelas, o ágio de imóveis.