Vale a pena investr utilizando apenas o método Bazin?

É muito comum os investidores procurarem uma fórmula ou um método ideal de se investir na bolsa, na tentativa de encontrarem uma estratégia “quase perfeita”, que entregue uma rentabilidade alta e seja simples de se colocar em prática.

Entre essas fórmulas, estratégias e métodos de investimentos na bolsa para o longo prazo que são procurados pelos investidores, uma das que mais faz sucesso e gera interesse é o chamado “método Bazin”, que consiste basicamente em adquirir ações de empresas com dividend yield igual ou superior a 6%, e com um endividamento saudável.

Por se tratar de um método simples, prático e que geralmente demonstra ser eficiente, muitos nos questionam nas redes sociais ou através de e-mail se utilizar apenas o método Bazin como uma forma de simplificar o processo de escolha de ações é interessante e vale a pena para o investidor de longo prazo.

É isso que responderemos no Suno Call de hoje.

Afinal, vale a pena investir usando apenas este método?

É um fato que a estratégia de Bazin é interessante e não temos dúvidas de que o investidor que utilizá-la terá grandes chances de obter retornos positivos e acima da média no longo prazo com consistência.

Até aqui, se avaliarmos o histórico de simulações utilizando o método Bazin, vemos que essa estratégia foi bastante positiva e nós mesmos já publicamos algumas simulações neste sentido.

SUNO ACOES

De acordo com essas simulações e backtests realizados, o método Bazin foi capaz de entregar uma performance simplesmente muito maior que o Ibovespa.

Porém, utilizar apenas ela, em nossa avaliação, pode não ser a melhor opção.

Isso porque existem várias boas empresas que oferecem um dividend yield inferior aos 6% exigidos pelo Bazin, e também com algumas métricas de endividamento acima do que o Bazin considerava saudável, que podem ser grandes oportunidades.

Por exemplo, se considerarmos hipoteticamente uma empresa inserida em um setor subpenetrado, com grandes vantagens competitivas, que está apresentando um valuation barato e que está investindo de forma mais acentuada para acelerar sua expansão e crescimento de resultados, e os resultados dessa empresa têm sido bastante positivos e crescentes, é natural que esta empresa apresente um yield reduzido, já que tende a possuir um payout baixo.

Além disso, essa companhia pode estar pontualmente com uma alavancagem acima da média, para financiar seu crescimento, o que pode ser totalmente saudável a depender do custo dessa dívida e da eficiência de alocação deste capital.

Sendo assim, o investidor que utiliza apenas o método Bazin pode acabar perdendo grandes oportunidades como essa, que apesar de não preencherem as exigências do Bazin, podem oferecer ao investidor ganhos potenciais bem acima da média.

Dois exemplos recentes que poderíamos ilustrar de ótimas empresas, que apresentaram uma forte rentabilidade nos últimos 12 meses, e que estariam excluídos pelo filtro do Décio Bazin são Banco Inter (BIDI4) e SulAmerica (SULA11).

Além dessas, existem várias outras ótimas empresas que certamente mereceriam um espaço na carteira de qualquer investidor, mas que pelo método Bazin, acabariam excluídas, o que certamente seria um equívoco.

Portanto, por conta desses e demais pontos, nossa sugestão é: utilize o método Bazin, como parte de sua estratégia, mas não se baseie e nem utilize apenas nele.

Existem inúmeras variáveis a serem analisadas, além de diversos fatores adicionais aos citados pelo Bazin, que são bastante importantes e enriquecem uma análise, e há também muitas empresas que certamente não passariam nos critérios dele, que ainda assim são ótimas oportunidades de investimento no longo prazo e não devem ser descartados pelo investidor apenas por um Yield baixo ou um endividamento relativamente alto.

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Tiago Reis
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