É muito importante, em uma carteira de investimentos, que o responsável pela mesma tenha o conhecimento, de maneira bem clara, dos riscos presentes naqueles ativos financeiros e, nesse sentido, o Beta é uma ferramenta bastante útil.
O Beta de uma carteira é uma medida de risco, que tem por objetivo medir o retorno dos investimentos li contidos em relação às variações no retorno de uma hipotética carteira diversificada de um mercado específico como um todo.
Como não se é possível enxergar, de maneira precisa, o mercado de maneira total, desenvolveu-se proxys para esse fim de aproximação, com os índices, por exemplo.
No Brasil, os índices do mercado de ações mais usuais são o Ibovespa e o IbrX. Nos Estados Unidos, o mais conhecido é o S&P 500 (Standard & Poors 500).
Cálculo do Beta de uma carteira
Como o Beta é uma medida de gestão de riscos, é preciso calculá-lo.
Matematicamente, este índice pode ser calculado dividindo-se a covariância do retorno da carteira (Ri) com o retorno do índice de mercado (Rm). O resultado dessa expressão deve ser dividido, então, pela variância do mercado:
Beta = Covariância (Rm,Ri) / Variância (Rm)
O resultado dessa equação é conhecido como coeficiente Beta, e tem por objetivo deixar claro realmente quanto é o retorno que uma carteira responde às variações do índice de mercado em questão.
Interpretação do Beta
A título de ilustração, um Beta de 1,6, por exemplo, indica que se um índice de mercado qualquer subir 10%, espera-se que o retorno da carteira em questão seja de 16% (1,6x).
Da mesma forma, se o índice de mercado vir a cair 10%, entende-se que o retorno da carteira seja de -16%.
Exemplo de uma carteira conservadora
Para uma carteira mais conservadora, entende-se que esse índice de gestão de riscos, em módulo, seja menor e, nesse sentido, suponhamos que seja de 0,5.
Assim sendo, uma carteira com esse índice de 0,5 indica nada mais nada menos que, se o índice de mercado subir 10%, espera-se que o retorno dessa carteira seja de 5% (0,5x).
De maneira paralela, se o índice de mercado vier a cair 10%, espera-se que o retorno da carteira em questão seja -5%.
Dessa forma, pode-se concluir que, quanto maior o Beta de uma carteira, em módulo, maior será o risco sistêmico, ou seja, maior será a sensibilidade do retorno da carteira em relação às variações do retorno do índice de mercado.
Casos pontuais
Com base no que foi mencionado, entende-se, então, que caso esse índice de gestão de riscos seja igual a 1, pode-se esperar que a carteira em questão tenha exatamente o mesmo nível de risco que o referenciado índice de mercado.
Em paralelo, para o caso de uma carteira que tenha essa métrica igual a zero, pode-se entender que essa combinação de ativos não apresenta risco em relação a esse índice de mercado, ou seja, o mercado pode variar para cima ou para baixo, mas o retorno dessa carteira permanecerá constante.
Ainda, para o caso de um índice de risco negativo, isso significa que a carteira terá, então, um desempenho oposto a esse índice de mercado. Dessa forma, se o mercado subir, a carteira cai, e vice-versa.
Conclusão
Ficou possível perceber a importância e o significado que tem o Beta no que diz respeito á gestão de portfólios e as carteiras de aplicações financeiras dos investidores, tanto pessoas físicas quanto institucionais, no âmbito de suas atuações no mercado de capitais.