Bovespa: Conheça a famosa Bolsa de Valores de São Paulo

Você sabe quem é a Bovespa? Esse é um nome muito comum no mercado financeiro e de capitais.

Entender o funcionamento da Bovespa é essencial para o investidor que quiser adquirir ações e cotas de Fundos de investimento Imobiliário.

Abreviação de Bolsa de Valores de São Paulo, a antiga Bovespa – atual B3 (Brasil, Bolsa, Balcão) – foi, desde a sua criação ao final do século XIX, a denominação da empresa e o local onde eram feitas as negociações de títulos mobiliários, como ações e alguns tipos de commodities, por exemplo.

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História da Bovespa história da bovespa

A Bolsa de Valores de São Paulo possui uma trajetória muito longa aqui no Brasil. Essa instituição é peça chave para o bom funcionamento do mercado secundário de títulos e valores mobiliários.

O início de tudo

A origem da bolsa de São Paulo remonta a 23 de agosto 1890, quando Emílio Rangel Pestana, um negociante de títulos, criou a chamada Bolsa Livre.

Entretanto, devido à política do Encilhamento, a Bolsa Livre fechou no ano seguinte.

Já em 1895 a bolsa foi reabertasob a denominação de Bolsa de Fundos Públicos de São Paulo.

Aproximadamente quarenta anos depois, a bolsa foi transferida para o Palácio do Café, localizado no Pátio do Colégio, na região central da capital paulista.

Em 1967, a bolsa mudou de nome para Bolsa de Valores de São Paulo.

Em 2 de Janeiro de 1968 foi criado o Ibovespa, o índice das ações brasileiras, o principal “termômetro” do mercado acionário até os dias de hoje.

Mudanças importantes

Já no começo da década de 70, a bolsa de São Paulo começou a registrar negócios de forma automatizada. Todas as informações relativas aos valores mobiliários, como as cotações, por exemplo, passaram a ser disseminadas de forma eletrônica e imediata.

Assim, a bolsa era o ambiente em que era possível comprar e vender títulos entre investidores.

Ao final desta década, a bolsa de São Paulo foi pioneira no país na realização de negócios com opções sobre ações.

Na década de 80, ocorreram mudanças importantes para o desenvolvimento da bolsa de São Paulo.

A primeira delas foi a criação dos fundos de investimento em ações e de previdência, que são investidores institucionais com muitos recursos para investir.

Além disso, ocorreu a desmaterialização dos títulos de ações. Antigamente, o portador de ações carregava um documento físico que descrevia a sua propriedade.

E a partir da mudança que ocorreu nesse período, os títulos passaram a ser escriturais.

Isto é, o registro do proprietário era anotado em um sistema da bolsa, uma escritura eletrônica.

Assim, essas mudanças em conjunto contribuíram com o aumento da liquidez no mercado secundário.

1990 em diante

No início da década de 90 a bolsa introduziu um sistema eletrônico de negociação de títulos de renda variável.

Este sistema era chamado de CATS (Computer Assisted Trading System), que foi substituído alguns anos depois por um sistema comprado da bolsa de Paris.

Nesta mesma década foi fundada a Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC). A função da CBLC era oferecer uma estrutura de câmara de compensação e depositária.

Já nos anos 2000 ocorreu a consolidação das bolsas no Brasil.

A bolsa de São Paulo liderou um programa de integração com as demais oito bolsas ativas no Brasil para negociação de renda variável.

Eram estas as bolsas:

  • Bolsa de Valores do Rio de Janeiro (BVRJ)
  • Bolsa de Valores Minas – Espírito Santo – Brasília (BOVMESB)
  • Bolsa de Valores do Extremo Sul (BVES)
  • Bolsa de Valores de Santos (BVST)
  • Bolsa de Valores da Bahia – Sergipe – Alagoas (BOVESBA)
  • Bolsa de Valores de Pernambuco e Paraíba (BOVAPP)
  • Bolsa de Valores do Paraná (BVPR)
  • Bolsa de Valores Regional (BVRg)

É importante lembrar que até o começo da década de 60, cada estado do Brasil possuía uma bolsa própria, totalizando, portanto, 27 bolsas diferentes.

Ainda em 2000, a companhia lançou três segmentos de listagem diferente, que foram o Novo Mercado e os Níveis I e II de governança corporativa.

Por fim, em 2007 a companhia realizou o seu IPO, e no ano seguinte fez uma fusão com a Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F).

A nova companhia passou a se chamar BM&F Bovespa.

O surgimento da B³

Por fim, em 2017 a bolsa de São Paulo e a Cetip realizaram uma fusão, dando origem à B³.

Ainda hoje é muito comum que os investidores, principalmente os mais antigos, e muito por conta da prática e do costume, se refiram à B³ através do nome antigo.

Muitas das características desta antiga entidade ainda persistem nos dias de hoje na atual , órgão que é atualmente a bolsa de valores oficial do Brasil.

Dentre essas características, persistiu-se o fato de ser, neste ambiente, o lugar de encontro daqueles investidores e/ou especuladores que desejam comprar ou vender seus ativos financeiros.

Entretanto, hoje em dia, a negociação é completamente online. O pregão viva-voz, aquela imagem de vários de corretores gritando ao telefone, foi encerrado em 2005.

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Como negociar na Bovespa (atual B³)

Devido à extinção das demais bolsas que existiam no Brasil, a única alternativa para negociar valores mobiliários é através da B³ (antiga Bovespa).

Entretanto, é preciso lembrar que não é possível se operar transações diretamente na bolsa.

Para que se concretize uma operação dessa natureza, os investidores devem possuir uma conta vinculada em alguma corretora de valores, para que esta represente o investidor perante a B³.

É importante lembrar que a bolsa é remunerada sempre que ocorrem negociações através das suas plataformas.

Enquanto várias corretoras isentam o investidor da corretagem, as taxas pagas à B³ são obrigatórias.

Para ações e fundos imobiliários existem duas taxas pagas à B³, que são a taxa de negociação e a taxa de liquidação.

Essas taxas incidem sempre em relação ao valor de negociação no mercado secundário.  Para negociações no horário normal, o total é de 0,031897% do valor da operação.

Para o mercado de ações, o pregão normal é das 09:45 até as 16:55.

Também existe o leilão de abertura das 09:30 às 09:45, onde é possível registrar ordens.

Já o leilão de fechamento da Bovespa ocorre das 16:55 até as 17:00, e antecede as negociações no After-Market, das 17:30 às 18:00.

O After-Market funciona como uma espécie de prorrogação no horário de negociação.

Dinâmica de preços

Cabe destacar, também, que o que dita o andamento dos preços dos ativos negociados nessa estrutura é a lei da oferta e da demanda.

Isto ocorre porque a entidade intermediadora não deve operar de modo alterar as cotações de ativos.

E como se trata de um ambiente em que ocorrem transações financeiras de relevantes proporções, é natural que ocorre volatilidade.

Ou seja, os preços destes ativos negociáveis oscilam de acordo com as expectativas futuras daquele possível investimento.

A maneira como os preços são formados é através de leilões de compra e venda.

Assim, cada investidor coloca uma determinada quantidade de papéis para comprar ou vender e o preço desejado para a transação.

Quando a ordem de compra de maior valor atinge a ordem de venda de menor valor, um novo negócio é concretizado.

E para acessar esse sistema de negociação da B³, é muito simples.

Basta que o investidor acesse uma plataforma de negociação através da internet, chamada de Home Broker.

Outra opção é ligar para o corretor negociar ações através da mesa de operações.

O interessante deste mercado é que, tanto na antiga Bovespa quanto na atual B³, nenhum retorno e garantido para os investidores.

Diferentemente de aplicações em renda fixa, através das quais os investidores conseguem antecipar quanto de lucro obterão ao final do prazo de investimento, esse conhecimento premeditado não é possível na bolsa de valores.

Em outras palavras, se trata de uma aplicação em renda variável.

Especuladores e investidores

É importante destacar que durante um pregão normal da bolsa, bilhões de reais são movimentados.

Existem diversos participantes do mercado, como investidores pessoa física, gestores de fundos de investimento, empresas, investidores estrangeiros, entre outros.

E esses participantes podem ser divididos em dois grandes grupos, que são os especuladores e os investidores.

Os especuladores são a maioria do mercado, e eles buscam lucrar com a volatilidade do preço dos ativos no curtíssimo prazo, como meses, semanas e dias.

Já os investidores são a minoria dos participantes. Eles buscam adquirir participações em bons negócios com o objetivo de receberem dividendos e se beneficiarem com o crescimento dos resultados no longo prazo.

Por conta disso, estudos aprofundados sobre os ativos sobre os quais se tenha interesse em investir nesse cenário são de fundamental importância para que se evite surpresas desagradáveis ao longo do tempo.

Essa é a postura defendida pela Suno, e que pode ser entendida dentro da estratégia que se convencionou chamar de Value Investing.

Assista no vídeo abaixo, o CEO e fundador da Suno, Tiago Reis, comentando sobre o Value Investing.

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Portal de informações da B³portal de informações da b³

Um excelente local para encontrar informações a respeito de valores mobiliários é no próprio site da B³.

Dentro dele é possível encontrar dados a respeito de todos os ativos que são negociados em bolsa de valores e mercado de balcão organizado. Por exemplo:

  • Ações
  • Fundos Imobiliários (FIIs)
  • Fundos de Índice (ETFs)
  • BDRs
  • Contratos futuros
  • Opções

Além disso, é possível consultar informações sobre todos os índices de mercado, assim como informações a respeito desses mercados de negociação.

Sobre esse último ponto, a B³ costuma lançar todo mês um boletim com várias informações.

Por exemplo, os boletins de fundos imobiliários apresentam várias informações como:

  • Evolução no número de ofertas
  • Número de fundos registrados
  • Patrimônio e valor de mercado da indústria
  • Número de investidores e composição por tipo (PF, institucional, etc.)
  • FIIs mais negociados no mês e ano

Informações de empresas

Talvez a seção mais rica e abrangente de dados no site da B³ seja a parte das empresas listadas.

É possível realizar uma busca de cada empresa ou então, acessar a lista completa de empresas negociadas.

Ao clicar em determinada empresa, abre-se uma página com várias informações.

Na tela inicial aparecem os códigos de negociação, CNPJ, atividade principal, setor, site, segmento de listagem e gráfico da cotação.

Descendo esta página também são apresentadas algumas demonstrações financeiras resumidas, assim como a posição acionária dos principais acionistas.

Já no menu superior desta página são apresentadas mais quatro abas, que são:

  1. Relatórios financeiros
  2. Informações relevantes
  3. Eventos corporativos
  4. Histórico de cotações

Na parte de relatórios financeiros é possível encontrar todo o histórico de informações trimestrais, demonstrações financeiras padronizadas, e formulário de referência.

Essas informações também podem ser consultadas através do site da CVM, mas é um pouco mais trabalhoso.

Na aba de informações relevantes, é possível encontrar o histórico de avisos aos acionistas, aos debenturistas, atas de assembleia, comunicados ao mercado e fatos relevantes.

Por fim, na aba de eventos corporativos aparecem o histórico de eventos, como:

  • Desdobramentos
  • Grupamentos
  • Bonificações
  • Subscrições
  • Dividendos
  • Juros sobre o capital próprio.

É importante destacar, todavia, que os dados de proventos não são ajustados por desdobramentos, grupamentos e bonificações.

O Canal Eletrônico do Investidor (CEI)

Talvez uma das inovações mais importantes na transparência de informações foi a criação do Canal Eletrônico do Investidor (CEI).

Após a fusão da Bovespa com a Cetip, a B³ lançou um novo portal para o investidor.

Este portal integra informações de suas posições em renda variável e renda fixa de todas as corretoras em que o investidor tenha conta.

Entretanto, é preciso lembrar que somente os investimentos em renda fixa registrados na Cetip aparecem nesta plataforma.

Para entrar neste portal é necessário preencher o CPF / CNPJ e digitar a senha enviada pela B³ pelos correios.

Na página inicial do CEI aparece uma “pizza” com a alocação entre os seus ativos, como ações, fundos, tesouro direto, etc.

Por outro lado, na aba superior de investimentos, é possível consultar a carteira detalhada de ativos em cada corretora. Também é possível consultar os proventos a serem distribuídos no mês e os papéis doados para aluguel.

Ainda, é possível exportar extratos através do CEI na forma de planilhas do Excel ou PDF. Também é possível configurar o envio desses documentos pelos Correios e/ou via E-mail.

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Conclusão sobre a Bovespaconclusão bovespa

O mercado de renda variável é um ambiente fascinante, e que ajuda a impulsionar a humanidade a dar passos cada vez maiores em sua trajetória de evolução.

É possível perceber que, mesmo com o passar do tempo e com a evolução tecnológica do mercado de capitais, a relevância da Bovespa ainda persiste até hoje através da B³.

ACESSO RÁPIDO
Disclaimer de artigos
Rodrigo Wainberg
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1 comentário

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  • Fábio Cunha 27 de setembro de 2019
    Muito bom esse artigo. Aprendi muito. Que até 1960 cada Estado Brasileiro tinha uma Bolsa isso eu não sabia. E que depois foram sendo extintas até ficar apenas a Bovespa e mais 8. Sendo que a Bovespa a maior delas incorporou as demais e transformou na B3 Brasil Bolsa Balcão.Responder

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