O buyback é muito comum para os investidores de ações da bolsa ou entusiastas do mercado financeiro. Acontece no momento que uma empresa recompra suas próprias ações.
O buyback é uma prática que tem impacto na relação da empresa com os acionistas, como na distribuição de proventos.
O que é buyback?
Buyback é a prática por parte de uma empresa da compra de suas próprias ações destinadas à negociação no mercado. Dentre os objetivos deste método estão a distribuição de rentabilidade a acionistas, impedir que um determinado player se torne o controlador da companhia e a valorização dos papéis que continuarem em negociação.
Apenas nos Estados Unidos, o volume de recursos empregados em operações do tipo superou US$ 1 trilhão em 2018.
Uma outra situação para que a empresa decida comprar suas ações é quando avalia que o preço das mesmas está abaixo do valor intrínseco. Nesse caso, do ponto de vista financeiro vale a pena fazer um buyback. Isso para vender os papéis futuramente, com obtenção de lucro.
Isso acontece em momentos de grande queda no mercado e consequente desvalorização da ação. Nessa estratégia, uma recompra deve ser feita somente se houver certeza do movimento irracional perante o ativo.
No Brasil, as regras de recompras de ação seguem norma da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Elas estipulam que as empresas podem negociar as próprias ações somente no caso de aquisição para manutenção em tesouraria ou para cancelamento ou para a alienação futura desses papéis.
As normas da CVM sobre buyback também estabelecem outros limites como:
- Manter somente até 10% de cada classe ou tipo de ação em tesouraria;
- Impedimento de realizar compras se não houver recursos disponíveis;
- Prazo de 18 meses para completar a operação;
- Necessidade de aprovação do conselho de administração ou assembleia geral, conforme o caso.
Consequências do buyback
Uma das consequências de se fazer uma ação de buyback é diminuir o free float, ou seja, o número de papeis ofertado para pequenos investidores. Dessa maneira, há também impacto na liquidez do papel, que se tornará menor.
Empresas com ações negociadas em bolsa de valores têm limites mínimos de free float a manter. Esse número depende do modelo de governança em que se enquadram.
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Outro impacto para os acionistas é que, caso as ações adquiridas tenham como destino o cancelamento, o lucro distribuído aos que não venderam os papéis aumenta. Isso porque, com menor número de ações em circulação, a parcela do capital da empresa representada por cada ação torna-se maior.
Os críticos às operações de recompra de ações apontam que esse método pode passar a impressão de que a empresa não têm alternativas para elevar o preço da ação de outra maneira. Outro fator é que a companhia pode ter prejuízo com o procedimento caso as condições de mercado mudem e o preço dos ativos sofra desvalorização.
Também podem haver dúvidas sobre eventual conflito de interesses no caso de existirem executivos bonificados por ações. Desse modo, uma recompra traria benefícios à remuneração dos mesmos. Assim, a operação pode atender a interesses dos mesmos em vez dos da companhia.
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