Correlação de ativos: Aprenda o que é este indicador e como ele pode lhe ajudar
Você já notou que determinados ativos variam conforme certas variáveis econômicas? Isto se dá por conta da correlação de ativos.
Mas o que é a correlação de ativos?
A correlação de ativos é uma medida estatística que mede a relação entre duas variáveis. Ela varia entre 1 (correlação perfeitamente positiva) e -1 (correlação perfeitamente negativa). Por exemplo, se o ativo A e B possuem correlação igual a 0,9. E o ativo A tem um aumento de 100% em seu valor, o ativo B irá aumentar em 90%, pois a correlação de ativos é igual a 0,90.
A conta é feita da seguinte forma:
100 x 0,90 = 90%
Um exemplo prático de como funciona a correlação se dá ao analisar a Petrobras.
A Petrobras e o barril de petróleo oscilam de forma diretamente relacionada.
Pois, conforme o preço do barril do petróleo evolui, é esperado que a receita da empresa também o faça.
Dessa forma, um aumento no valor do petróleo, é acompanhado por um aumento na valor de mercado da Petrobras.
Além da correlação positiva, demostrada com este exemplo, existem outros tipos de correlação, são elas:
- Correlação perfeitamente positiva
- Correlação negativa
- Correlação perfeitamente negativa
Correlação perfeitamente positiva
A correlação perfeitamente positiva é semelhante à correlação positiva.
Porém, ela é ainda mais forte.
Na correlação perfeitamente positiva o índice de correlação é igual a 1.
Ou seja, os ativos se movem de forma perfeitamente igual.
Na prática, é muito difícil existir ativos com correlação perfeitamente positiva.
Mesmo ações ON e PN de uma mesma empresas costumam se mover de forma levemente distinta.
Correlação negativa
A correlação negativa é o oposto da correlação positiva.
Ou seja, os ativos se movem em direções distintas. Enquanto um sobe, o outro recua.
Um ótimo exemplo disso é a relação entre dólar e o Ibovespa (índice da bolsa de valores do Brasil).
Comumente, uma subida da bolsa de valores está associada a uma melhora nas expectativas a respeito da economia do país.
Ou seja, um aumento da confiança na economia brasileira, é associado a um fortalecimento do Real, e uma redução do dólar.
Portanto, quando a Bolsa sobe, o dólar tipicamente tende a cair. Da mesma forma, quando o dólar sobe, a bolsa tipicamente tende a cair.
Ou seja, há uma correlação negativa entre estas duas variáveis.
Isto pode ser comprovado ao analisar o comportamento histórico dessas duas variáveis.
Em 2007, por exemplo, quando a economia brasileira passava por um forte otimista, o Ibovespa renovava suas máximas mensalmente, enquanto o dólar estava próximo de suas mínimas históricas, chegando até a R$ 1,60.
Então, com a crise financeira mundial, o Ibovespa iniciou uma queda, cedendo mais de 50% do seu topo. E o dólar chegou a disparar 50% do seu valor.
Embora o Ibovespa, no geral, tenha uma correlação negativa com o dólar, algumas ações podem se mover em conjunto com a moeda americana.
Este costuma ser o caso das empresas exportadoras.
Observe, na imagem acima, como as ações da Embraer muitas vezes se movem na direção oposta do Ibovespa, ou seja, em conjunto com a variação do dólar.
Outras empresas que possuem estas características são as do setor de celulose, como a Suzano e a Klabin.
A importância da correlação
Uma vez compreendida como funciona a correlação e os seus tipos, é crucial perceber a importância deste indicador.
Para montar uma carteira de investimentos bem diversificada é essencial ter ativos com correlação distintas entre si.
Por exemplo, imagine que toda a sua carteira de investimentos está correlacionada muito positivamente com o valor do Ibovespa.
Assim, uma derrocada no valor deste índice, pode diminuir drasticamente o valor de sua carteira.
Por outro lado, se você tiver apenas uma parcela de sua carteira atrelada a este índice, e outra parte atreladas a variáveis como o dólar, sua carteira não irá sofrer muito.
Pois, enquanto os ativos correlacionados ao Ibovespa caem, os ativos atrelados ao dólar sobem.
Por isso, é importante buscar ter ativos com índices de correlações distintos na carteira, de forma a não ficar demasiadamente exposto a riscos específicos.
Uma boa forma de otimizar a diversificação do seu portfólio de investimentos é investir em ativos de classes diferentes.
Os fundos imobiliários, por exemplo, não apresentam uma alta correlação com ações e podem ser ótimos para diversificar a carteira.
Ainda, investimentos em ativos atrelados ao dólar, como os BDR´s, também podem ser considerados como opções para quem busca diversificação.
Uma carteira bem diversificada consegue entregar retornos maiores com uma volatilidade muito menor.
Conclusão sobre a correlação de ativos
Compreender a correlação entre ativos é essencial para o montagem de um bom portfólio de investimentos.
Como foi visto, é importante que se monte um portfólio diversificado, com ativos com correlação que diferem entre si.
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