Crédito rural: uma ajuda para o agronegócio
Por mais que o Brasil seja conhecido pelo seu agronegócio, nem sempre é fácil arcar com estes custos de produção, o que leva muitas pessoas a recorrerem ao crédito rural.
Mas o crédito rural tem características e requisitos próprios e, muitas vezes, até incentivo governamental.
Crédito rural é um tipo de empréstimo criado para financiar atividades agrícolas, tanto de grandes produtores quanto dos agricultores familiares. A ideia é incentivar o aumento da produção agrícola no país.
Tipos de crédito rural
O crédito rural pode ser dividido em três tipos:
- De custeio;
- De investimentos; e
- De comercialização.
O crédito rural de custeio, como o próprio nome sugere, visa cobrir os gastos com a produção, como a compra de sementes, de alimentação ou aquisição de animais ou ainda produtos agropecuários para a manutenção da lavoura.
O crédito rural de investimentos é a opção ideal para quem deseja ampliar suas atividades. Então, este empréstimo pode financiar compra de novos hectares, maquinário e reformas de estabelecimentos ligados ao negócio (como celeiros).
Já o crédito rural de comercialização é o mais utilizado por cooperativas rurais. Ele visa possibilitar o processo de venda, incluindo desde a colheita até o transporte do produto comercializado.
Cabe ao produtor rural escolher qual opção mais se adequa às suas necessidades.
Como obter crédito rural
O crédito rural pode ser obtido por pessoas físicas ou jurídicas, incluindo associações e cooperativas, que trabalhem com atividades rurais.
Porém, é preciso deixar um alerta: esta não é uma das modalidades de empréstimo ou financiamento mais fáceis de obter.
Ele deve ser pleiteado junto a instituições financeiras que se adequem às exigências do Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR).
Estas instituições podem ser bancos ou mesmo cooperativas de crédito. No entanto, o mais procurado costuma ser a Caixa Econômica Federal.
O primeiro passo para obter crédito rural é elaborar um projeto, com valores e aplicações bem pensadas e explicadas.
Afinal, a liberação do crédito dependerá da aprovação do projeto apresentado.
Além disso, é preciso apresentar garantias de que, se a expectativa para o projeto não corresponder à realidade, a instituição financeira não terá de arcar com o prejuízo.
Essa garantia pode ser a feita por meio de fianças, seguros, alienação fiduciária de bens móveis ou imóveis, a penhora de bens de valor, ou mesmo hipotecas.
As taxas e juros cobrados sobre este tipo de empréstimo irão variar de acordo com o banco escolhido.
No entanto, desde julho de 2018, o Conselho Monetário Nacional (CMN) determinou que a taxa de juros do crédito rural seja de até 7%.
A regra vale para operações de investimento com recursos da poupança rural.
Vale lembrar que o crédito rural conta com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e dos Fundos Constitucionais de Financiamento do Centro-Oeste (FCO), Norte (FNO) e Nordeste (FNE).
Objetivos do crédito rural
Um dos intuitos do crédito rural é a redução do êxodo rural que faz parte da realidade brasileira há anos. Um fenômeno fácil de explicar.
Com a substituição de mão de obra humana por máquinas mais eficientes e rápidas, muitos postos de trabalho foram fechados nas últimas décadas.
Se faltarem oportunidades de emprego e crescimento para os jovens no interior dos estados, a tendência é que eles se mudem para os centros urbanos. Muitas vezes, isso ocorre de forma desorganizada e sem estrutura, originando grandes favelas.
Com isso, o ambiente rural perde uma mão de obra que ainda é preciosa e que, se melhor qualificada, seriam um ativo importante para o desenvolvimento tanto da agricultura quanto da pecuária.
No entanto, quando focamos em agricultura familiar, a situação se torna um pouco mais delicada.
Isso porque quem vive da terra dificilmente tem bens a oferecer como garantia, tampouco crédito suficiente para um seguro.
Assim, por mais que o crédito rural seja muito importante para a agropecuária brasileira, pode não ser tão fácil de obtê-lo.