Você já ouvir falar em curva de Phillips?
A curva de Phillips é um dos conceitos mais importante do campo da macroeconomia.
A curva de Phillips rege a interação entre desemprego e inflação no curto prazo. O seu nome é uma homenagem ao primeiro economista a descobrir sobre esta correlação. Até hoje a principal afirmação da curva de Phillips permanece válida: Existe uma correlação negativa entre desemprego e inflação.
No entanto, a maioria dos economistas contemporâneos concordam que esta relação, atualmente, só é real no curto prazo.
De início se chegou a acreditar que a correlação negativa entre inflação e desemprego fosse válida também no longo prazo.
Inclusive, foi observado até empiricamente como até um certo momento da história esta relação de fato foi observada.
No entanto, o fenômeno da estagflação, que nada mais é do que um período de recessão, com alto desemprego e alta inflação, veio para reduzir a validade desta teoria no longo prazo.
Atualmente existem outras teorias mais modernos que se debruçam sobre o tema do desemprego e da inflação, as quais veremos ao longo deste artigo.
Incialmente, no entanto, é importante entender a teoria por detrás da curva de Phillips.
Curva de Phillips original
As razões para a correlação básica entre inflação e desemprego, derivada da curva de Phillips original, são bastante simples e intuitivas.
Imagine que uma economia é atingida por uma enorme recessão. Isto leva, intuitivamente, as empresas a demitirem muitas pessoas.
As demissões, por sua vez, causam um aumento do índice de desemprego.
Com o desemprego em alta as pessoas naturalmente possuem menos recursos disponíveis para consumir.
Com a redução da propensão para o consumo, os preços tendem a diminuir, pois as empresas precisam vender os seus produtos para pagar as suas contas.
É esta redução de preço que causa, por fim, a queda da inflação. Ou seja, há uma correlação negativa entre inflação e desemprego.
Esta mesma dinâmica pode ser observado pela ótica da redução do desemprego.
Em uma economia na qual o desemprego se reduz, as pessoas terão mais dinheiro para consumir, e maior propensão a gastar.
Com o aumento da demanda, o modelo da oferta e demanda indica que irá ocorrer um aumento nos preços.
Esse aumentos nos preços é a causa do avanço da inflação. Ou seja, esta mais uma vez comprovada a correlação negativa entre desemprego e inflação da curva de Phillips original.
Embora o primeiro entendimento básico da teoria de Phillips não seja hoje uma verdade absoluta no longo prazo a sua teoria continua muito relevante.
Isto porque ela mostrou que mesmo que os governos gastem bastante dinheiro para reduzir o desemprego isto pode penalizar a sociedade no futuro na forma de inflação.
Curva de Phillips aceleracionista
Sendo assim, os seus preços não são mais determinados pela demanda interna, mas sim pelos preços do mercado internacional.
Observe, por exemplo, a gasolina no Brasil.
O preço da gasolina no Brasil se move atualmente independentemente da demanda nacional, ou do seu índice de desemprego.
O preço da gasolina atualmente varia sobretudo de acordo com o preço de barril de petróleo no mercado internacional.
Ou seja, não há mais uma correlação entre a inflação (preços) e o desemprego (demanda) no país.
Ainda, novas adaptações da curva de Phillips surgiram para modernizar a teoria. Um destes exemplos é a incorporação das expectativas do mercado em relação à inflação e ao desemprego.
Isto embora torne o modelo da curva de Phillips muito mais complexo o torna também muito mais real. O modelo que incorpora também as expectativas do mercado é chamado de curva de Phillips aceleracionista.