Demanda efetiva: Aprenda sobre este princípio macroeconômico
Você já ouviu falar em demanda efetiva?
A demanda efetiva é um importante conceito da área de macroeconomia.
A demanda efetiva é o ponto onde a oferta agregada é exatamente igual à demanda agregada. A demanda agregada é a renda que o empresário espera receber por ofertar determinado volume de emprego. Já a oferta agregada é a renda necessária para o empresário oferecer determinado quantidade de trabalho.
De acordo com a teoria da demanda efetiva, elaborada pelo famoso economista Keynes, o empresário escolhia o seu nível de produção de acordo com a quantidade que ele esperava vender.
Dessa forma, contrariando o ponto de vista da economia clássico, uma redução dos salários não seria o suficiente para reduzir o desemprego, este só seria reduzido se os empresários esperassem uma maior renda pela sua produção.
A origem do princípio de demanda efetiva
A origem desta teoria está relacionada a um evento muito marcante na história do capitalismo: O crash de 1929.
Também conhecido como a grande depressão, a crise de 1929 foi uma das mais severas da história do capitalismo.
A crise ocorreu, sobretudo, por um otimismo excessivo na economia, que causou um excesso de oferta de produtos.
Este excesso de oferta se tornou tão grande que não havia mais demanda para comprar os produtos. Com isso, como indica a lei da oferta e demanda, o preço dos produtos caíram.
Até aí, tudo parece algo normal. No entanto, o que foi anormal na ocasião foi a velocidade com as quais os preços caíram.
Isso gerou uma onda de pessimismo na economia que superava até o enorme otimismo anterior.
Este pessimismo pode ser notado analisando o comportamento dos índices de ações da época. O índice Dow Jones, um dos mais importantes de todo o mundo, chegou a cair mais de 12% em um único dia.
Esse espiral negativo, causado muito pelo efeito manada, causou uma onda de desemprego nos EUA.
Quando a teoria clássica não conseguiu explicar a crise
Até então a teoria hegemônica a respeito da economia se baseava na economia clássica. Esta era uma teoria muito bem elaborada e que até os dias atuais é muito importante para as decisões econômicas dos agentes.
No entanto, naquela ocasião específica, a teoria não conseguiu se concretizar.
A teoria neoclássica aponta que o mercado de emprego funciona como qualquer outro mercado e segue a lei da oferta e da demanda. Ou seja, conforme o preço abaixa as pessoas demanda mais.]
No caso do mercado de trabalho a demanda é dada pelas empresas, que demandam a mão de obra dos trabalhadores. Já a oferta é dada pelos trabalhadores, que ofertam a sua mão de obra no mercado de trabalho por um determinado valor (salário).
O desemprego nos EUA estava extremamente elevado. Os economistas, no entanto, apontavam que bastava que os salários se reduzissem para que as empresas voltassem a contratar.
Porém, o que aconteceu foi que, mesmo com a redução dos salários, o desemprego só aumentava.
Assim, Keynes deu origem à sua teoria de que os empresários levavam em conta a demanda efetiva na hora de determinar a sua produção, e assim o equilíbrio no mercado de trabalho não poderia ser restaurado apenas com reduções de salário.
Polêmicas sobre a teoria da demanda efetiva
Até hoje a teoria keynesiana sobre a demanda efetiva causa polêmica e embates entre grandes economistas.
A teoria se mostrou válida para tirar os EUA da crise de 1929, mas há limites que impedem um aumento artificial da demanda efetiva infinitamente.
Contrapondo principalmente com os economistas da escola clássica e neoclássica, não há consenso atualmente sobre se os agentes econômicos devem ou não interver em momentos de crise para elevar a demanda agregada.