Entenda o Faturamento B3 e sua importância para o mercado de capitais

Você já comprou ou tem interesse em comprar alguma ação? Ao investir no mercado de capitais do Brasil, é quase certeza que você contribuirá para o faturamento B3.

O faturamento B3, justamente por depender das movimentações dos investidores,  pode ser considerado um indicador da situação vigente do mercado de capitais Brasil.

Ao investir no Brasil é muito provável que a B3 tenha um papel neste ato e ganhe um remuneração por isto.

Os resultados da B3 costumam ser robustos, fruto de uma posição privilegiada de uma empresa que atua quase que sozinha intermediando operações no mercado de capitais do país.

Os resultados do quarto trimestre de 2017 (4T17) vieram mais uma vez fortes, onde a companhia demonstrou um crescimento 8,0% em relação ao mesmo período do ano anterior (4T16) na sua receita total que atingiu R$1.145,6 milhões no 4T17.

Já a receita líquida cresceu 7,9% em relação ao 4T16, atingindo R$1.033,6 milhões no 4T17.

Justificativas do Resultado BM&F Bovespa

faturamento B3
Receita B3

Como pode ser visto na tabela, o faturamento B3 costuma apresentar crescimento ao longo do tempo.

O crescimento dos resultados da BM&F Bovespa foi reflexo do crescimento de receitas em todos os segmentos de negócio.

  • Receitas de negociação, compensação e liquidação do segmento BM&F: somaram R$284,1 milhões (24,8% do total), crescimento de 9,3% sobre o 4T16, explicado pelo aumento do volume de contratos negociados no período.
  • Receitas de negociação, compensação e liquidação do segmento Bovespa: totalizaram R$306,2 milhões (26,7% do total), alta de 12,2% sobre o 4T16. As receitas ligadas a volumes negociados (negociação e pós-negociação) atingiram R$295,2 milhões, 10,3% superiores ao mesmo período do ano anterior.
  • Receitas do segmento UTVM: somaram R$271,9 milhões no 4T17 (23,7% do total), cresceu (+0,3%) quando comparadas ao mesmo período do ano anterior.
  • Receitas do segmento Cetip UFIN: totalizaram R$108,6 milhões no 4T17 (9,5% do total), 11,5% maiores que no 4T16, devido, principalmente, ao aumento de 17,5% nas receitas do SNG (gravames), que reflete a combinação do aumento de 11,6% do número de veículos financiados e do reajuste anual dos preços pela inflação.

Outras receitas: receitas não ligadas a volumes negociados atingiram R$174,9 milhões (15,3% do total) no 4T17, crescimento de 9,8% sobre 4T16.

Despesas B3

faturamento B3
Crescimento da Receita B3

Com o crescimento do faturamento B3, evidenciado pelo gráfico, também há obviamente a necessidade de maiores despesas que afetam o balanço patrimonial da empresa.

No 4T17, as despesas somaram R$589,4 milhões, alta de 34,3% sobre o mesmo período do ano anterior.

No que tange às despesas (OPEX) ajustadas, depreciação e amortização (D&A) e investimentos (CAPEX) ajustado, estas variáveis ficaram em linha com os orçamentos previamente anunciados para 2017.

O OPEX ajustado totalizou R$1.067,5 milhões (orçamento de R$1.050 – R$1.100 milhões), despesas com D&A somaram R$742,1 milhões (orçamento de R$710 – R$750 milhões), enquanto o CAPEX ajustado alcançou R$247,8 milhões (orçamento de R$230 – R$250 milhões)

Neste sentido, é interessante lembrar que foram anunciados em dez/17 os orçamentos para 2018: OPEX ajustado de R$1.050 – R$1.100 milhões, despesas com D&A entre R$910 – R$980 milhões e CAPEX ajustado entre R$220 – R$250 milhões.

Excluindo o ativo intangível gerado na combinação com a Cetip no valor de R$187,2 milhões, a despesa total teria atingido R$402,2 milhões, queda de 8,3% sobre o 4T16.

Perspectivas da Bolsa de Valores e Cetip

faturamento B3
B3

A gestão da empresa aproveitou a ocasião da divulgação dos resultados para compartilhar sua perspectiva em relação ao futuro da receita da companhia responsável pela bolsa de valores e Cetip.

De acordo com o Vice-Presidente Financeiro, Daniel Sonder, o bom resultado mostra quão bem posicionada a empresa está para capturar melhorias no cenário macroeconômico e na atividade de mercado.

As sinergias de R$100 milhões que haviam sido anunciadas serão totalmente capturadas em 2018, mais de um ano antes da previsão original.

Já para o Presidente, Gilson Finkelsztain, em 2018 a empresa irá avançar no projeto de integração pós-fusão com a Cetip conforme o planejado.

Na sua visão, haverá a esperada recuperação econômica do Brasil e condições favoráveis no mercado global, combinadas com o cenário de juros de um dígito e consequente diversificação do portfólio dos investidores.

Este cenário pode criar as condições para que os mercados de ações e de dívida desempenhem, gradualmente, um papel mais relevante como fonte de financiamento para as empresas.

Conclusão sobre o faturamento B3

faturamento B3
Brasil, Bolsa e Balcao

A empresa é sem dúvida uma empresa única e que pode ser muito beneficiada com a atual queda da taxa de juros no Brasil, visto que essa queda induz muitos investidores há migrarem da renda fixa para a variável.

Isto pode ocasionar uma dinâmica positiva de oferta e demanda nas transações operacionais da companhia.

Ainda, os aumentos do número de investidores ativos, além dos aumentos graduais e históricos do índice Ibovespa nos últimos meses, reforçam ainda mais a tese que o mercado de renda variável irá continuar seguindo uma sequência de alta no médio prazo.

A companhia atua praticamente como um “monopólio” no mercado de capitais no Brasil, sendo responsável pela Bolsa de Valores e Cetip, e cobrando emolumentos e demais ônus as quais não são baratas quando comparadas com a média mundial.

Para uma compreensão mais aprofundada do faturamento B3, sugerimos a leitura do relatório que fizemos da empresa e disponibilizamos de maneira gratuita a nossos seguidores.

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Tiago Reis
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