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Ficar de pé e seguir em frente

A queda de Ícaro

“Os grandes navegadores devem sua reputação aos temporais e tempestades.”

– Epicuro

Este não é mais um texto sobre a Pandemia do Coronavírus e os estragos que ela fez nas Bolsas ao redor do mundo, com sucessivas quedas verticais estancadas por uma série de Circuit Breakers. Se você investe em renda variável e sobreviveu ao mês de março de 2020, suas costas sabem muito bem qual é o peso do trator que fez um arado nelas.

Estou aqui para repassar lições que aprendi há alguns anos, na teoria, e que foram postas novamente em prática neste momento histórico, que ainda será digerido pelas próximas gerações.

A primeira delas é que a gente não deve colocar na Bolsa um dinheiro que pode nos faltar no curto e médio prazo. Por Júpiter, como foi bom ter respeitado esta regra. Muita gente que sucumbiu à euforia do mercado em alta, no final de 2019, alocou todas as suas economias em ações promissoras, apenas para ter que vender no desespero para recompor a reserva de emergência em tempos de quarentena, gerando perdas definitivas.

Bendita reserva de emergência

Você já cansou de ler a respeito da reserva de emergência. No mínimo já ouviu alguns youtubers tecendo comentários sobre ela: uma quantia de dinheiro aplicada em renda fixa com alta liquidez, suficiente para bancar os próprios custos e as despesas dos dependentes por, no mínimo, seis meses. Não se trata de um capital para colher altos retornos, mas para usar em caso de necessidade. Pois bem, a necessidade chegou para muitos. Por Saturno, eu também respeitei este mandamento.

E resisti à tentação de usar a reserva de emergência quando a minha reserva de oportunidades acabou, lá pelo terceiro ou quarto Circuit Breaker. Neste ponto, Netuno, me desculpe, mas torrei minha reserva de oportunidades antes da hora. Deveria ter fracionado os aportes em quantias menores, ao longo dos dias. Mas, por Vênus, não sou um Deus Romano: sou apenas um reles mortal.

Diversificar em ativos com bons fundamentos

Vi meu patrimônio derreter tal qual as asas de Ícaro, feitas de cera. Minha salvação foi ter um paraquedas chamado “Fundamentos”. Todas as minhas ações de empresas e cotas de fundos imobiliários ainda os mantém, combinando alta geração de caixa com alta rentabilidade e baixíssimo grau de alavancagem.

No meu kit de sobrevivência tenho que agradecer também por contar com um bote salva-vidas com vários compartimentos infláveis. Você adivinhou o nome: “Diversificação”. Tenho ações de setores diferentes e FIIs de tipos diferentes. Ainda preciso corrigir a concentração de alguns ativos, o que pretendo fazer ao longo dos próximos meses. Meu ideal é que nenhum ativo ultrapasse 8% do valor total da minha carteira.

Comprar com desconto e segurar

Passado o primeiro impacto do Grande Crash de 2020, que não foi provocado por uma questão econômica ou financeira, mas por uma questão de saúde pública em escala global, tenho a convicção de que adotei a estratégia correta ao me assumir como investidor defensivo regido pelos ensinamentos do Value Investing e do Buy and Hold.

Posso garantir: focar os aportes na obtenção de renda passiva, através dos dividendos, ao invés de me deixar seduzir pelo canto da seria sobre o aumento contínuo do patrimônio, me ajudou a ter equilíbrio suficiente para enfrentar as dificuldades que afligem a todos neste momento.

Na Bolsa de Valores você só perde se realizar os prejuízos e sair do jogo. Se você adotar a postura do longo prazo, tornando-se parceiro de instituições sólidas e bem selecionadas, então dificilmente você irá perder. Seguir jogando já significa que você tem o DNA de um vencedor.

Quem são os gestores do seu dinheiro?

Acredito que ainda teremos meses de turbulência pela frente. Companhias e fundos imobiliários poderão restringir às distribuições de proventos por um tempo, até que possam reorganizar as metas de reconstrução de uma certa “normalidade”. Todos nós teremos que apertar os cintos, cortar despesas, perdoar algumas dívidas e eventualmente ser perdoados por algum atraso.

Por motivos diversos, creio que todos estão perdendo algumas horas de sono. Não fomos criados por nossos pais para enfrentar uma crise mundial sem precedentes. Teremos que aprender coisas novas e esquecer alguns velhos hábitos. O importante é que não estamos sozinhos. Se você está lendo estas linhas, é porque alguém se importa contigo.

Penso que é pedante ficar expondo carteira de investimentos. Cada um tem a sua. Cada um tem motivos diferentes para aportar em ativos diferentes. O que posso dizer é que estou confiante. Meu dinheiro está confiado a alguns dos melhores gestores de todo o mercado financeiro. Se tem algo que me tranquiliza é saber que, neste exato instante, estes gestores estão super concentrados para reordenar as operações das empresas e fundos sob suas responsabilidades.

O modo Suno de investir

Ao adotar o “Suno Way of Investing” (como fiz no começo de 2017) não há garantias de que você nunca irá perder no curto prazo. A volatilidade em tempos de incertezas está aí para demonstrar o contrário e você sabe que a gente nunca prometeu isso, pois nossa meta de independência financeira é ancorada no longo prazo.

Pode ser que no próximo pregão eletrônico você receba um cruzado do George Foreman em seu queixo. Vai doer, mas você não vai acusar o golpe. Assim como Muhammad Ali, você ficará de pé, para bater de volta só no fim da luta.

Na Bolsa, ficar de pé é essencial para seguir em frente na jornada. E mais uma vez: você não estará sozinho nela. Conte com a Suno. Faça a sua assinatura hoje mesmo:

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[Crédito da imagem: “A Queda de Ícaro” (circa 1635~1637), pintura de Jacob Peter Gowy (1610–1644) pertencente ao acervo do Museu Nacional do Prado, Espanha]

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