Fiikipedia: De Centavo em Centavo

Nesta semana, recebemos um questionamento de um assinante se dizendo frustrado com os Fundos Imobiliários pelo fato de ter recebido “poucos centavos por cota” após realizar um investimento.

De imediato, me senti na obrigação de falar sobre este tema, pois a nossa missão na Suno Research envolve geração de conhecimento para que possamos ter uma base sedimentada.

Entendo que investidores iniciantes precisam de orientações até o momento em que o “bichinho” dos juros compostos apareça, faça seu trabalho, e daí tudo fica cada vez mais fácil.

Voltando.

A conclusão deste assinante é que, só após ter “milhões” investidos, o resultado faria algum sentido.

Ele não deixa de ter razão.

Por outro lado, é importante entender um pouco mais todo o contexto, que estamos inseridos em uma vida de acumulação financeira.

Ao longo destes 20 anos em sala de aula, pude constatar que o Brasil tem um déficit imenso em relação à Educação Financeira.

Nossos avós, nossos pais, enfim, toda a nossa família nos trouxe valores importantes para uma vida honesta.

Porém, eles não tiveram a oportunidade de falar sobre “dinheiro” de uma forma aberta.

Este tabu ainda existe e, de alguma forma, temos que mostrar a todos que enriquecer de forma honesta é gratificante.

Quem nasceu primeiro: O ovo ou a galinha?

Eu sou “obrigado” a fazer essa clássica pergunta, mas quero adaptá-la da seguinte forma:

– Como chegar nos “milhões” sem reinvestir os “centavos”?

O mercado de capitais é um instrumento criado justamente para gerar e multiplicar riqueza.

Alguns podem interpretar como sendo um jogo de soma zero, onde alguém, para ganhar, necessariamente, terá de gerar perdas a(os) outro(s).

Indo por esta linha de pensamento, o “lado” em que você mais permanecer fará diferença no longo prazo.

É fato, mas isso vai depender da forma como se “usa” o mercado financeiro.

Não consigo ver o mercado como um grande cassino de apostas, e sim como uma “ferramenta” para multiplicar meu patrimônio.

Eu diria que nos FIIs, em especial, até mesmo pelo fato de não podermos operar no mercado de “derivativos”, o jogo se torna bem diferente.

Os ganhadores serão aqueles que “tomarem mais cotas” do mercado ao final do jogo.

Lembre-se de que a quantidade de cotas de um fundo imobiliário é finita.

Claro, alguns FIIs fazem novas emissões (“follow-on”), aumentando a quantidade de cotas em circulação, mas essa é uma prerrogativa bastante específica.

De toda forma, ao final, haverá sempre um limite.

Dez “versus” Trinta

Em um primeiro momento, não se preocupe com os “centavos” de juros. Concentre-se em realizar aportes e “engordar” sua carteira.

Aos poucos, o fluxo de caixa começa a gerar mais impacto no resultado mês a mês e tudo fará sentido.

O interessante é que, no futuro, a história muda: os juros gerados por sua carteira de investimentos são expressivamente altos e os aportes já não fazem mais tanta diferença.

Observe os gráficos abaixo, que foram simulados através do site do Clube dos Poupadores, e veja a capacidade de multiplicação dos juros compostos com uma taxa de 0,65% e aportes de R$ 500/mês.

Neste primeiro caso, usamos um prazo de acumulação de 10 anos. Observe que os juros (os centavos) não tem, ainda, força necessária para impactar, de forma relevante, o resultado final.

Fiikipedia Resultados

Agora, quando mudamos o prazo para 30 anos, a situação se inverte. Os juros começam a agir de forma relevante e os aportes, apesar de ainda serem importantes, já não possuem a mesma relevância.

Fiikipedia

Pois bem. Agora refaço a pergunta:

Os centavos fazem ou não fazem a diferença?

Fica esta reflexão e, mais uma vez, reforçamos o nosso compromisso em trazer segurança e conforto a todos vocês.

Espero por você!

Participe de nossas Lives no Canal do Youtube da Suno Research sobre Fundos Imobiliários, às quintas-feiras, às 21h, e aproveite para tirar ainda mais dúvidas sobre tudo que foi abordado neste artigo.

Além disso, temos Relatórios e Radares bem completos, publicados semanalmente, trazendo destaques dos principais fundos imobiliários negociados no mercado brasileiro.

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Marcos Baroni
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