Antes mesmo de se descobrir quais são as melhores opções de investimento, a conquista da casa própria é um sonho que leva muitas pessoas a entrarem em um financiamento imobiliário.
Mas, por mais que a ideia de pagar aluguel não seja atraente, vale à pena optar por um financiamento imobiliário?
Financiamento imobiliário é um tipo de empréstimo voltado à aquisição de um imóvel (seja casa, apartamento ou sala comercial) na qual o financiador paga uma parte do imóvel desejado pelo cliente e cobra este valor posteriormente de forma parcelada e com o acréscimo de taxas e juros.
Como funciona um financiamento imobiliário
Os financiamentos imobiliários no Brasil costumam cobrir até 80% do valor do imóvel pretendido.
Isso quer dizer que os demais 20% deverão ser pagos pelo cliente diretamente ao proprietário deste bem.
Esta entrada, como é chamado este primeiro pagamento, muitas vezes é parcelada pela construtora, caso seja um imóvel novo.
No entanto, neste caso, o valor também sofrerá acréscimo de juros.
Também é possível utilizar o dinheiro do FGTS (mesmo sem que haja demissão) para pagar parte do valor do imóvel.
O percentual financiado pelos bancos também irá variar de acordo com o tipo de imóvel: residencial, comercial, novo, na planta ou antigo.
Nem sempre á fácil conseguir este financiamento.
O banco irá avaliar se o solicitante realmente teria condições de arcar com as parcelas do imóvel e se o seu histórico é de um bom pagador.
Uma dica: quanto melhor for o relacionamento do cliente com o banco, mais fácil será obter este “empréstimo”.
Então pagar seu cartão antecipadamente, movimentar sua conta e ainda ter outros produtos desta empresa.
Isso inclui seguros, cartões e investimentos, que podem te tornar mais atraente aos olhos do futuro credor.
Financiamento imobiliário e seu custo
A ideia de que pagar uma prestação é investir em algo que será seu enquanto pagar um aluguel é desperdiçar dinheiro ainda permeia a mente de muitas pessoas.
Entretanto, antes de abraçar esta emoção, é importante fazer as contas e perceber se esta ideia é de fato verídica.
Lembrando que o financiamento traz consigo juros e taxas, que encarecem – e muito – o financiamento de imóveis.
Digamos que um morador da cidade de São Paulo deseje financiar um imóvel residencial pela Caixa, banco com o qual já tem relacionamento.
Este imóvel é novo e custa R$ 400 mil e o parcelamento será em até 420 meses, ou seja, 35 anos.
O banco se propõe a financiar até 80% do imóvel. O financiamento terá o acréscimo de juros nominais de 9.3396% ao ano e da taxa referencial (TR).
Se 80% de R$ 400 mil são R$ 320 mil (e considerando que a TR está 0%), logo no primeiro ano, os juros sobre o financiamento serão de quase R$ 30 mil.
Este valor irá diminuir conforme a dívida for sendo quitada. Ainda assim não parece ser algo vantajoso.
Agora considere investir o dinheiro da entrada do imóvel (R$ 80 mil) e ainda fazer o aporte mensal deste mesmo valor em algum investimento.
Não precisamos nem considerar os de maior rendimento no longo prazo, como as ações. Podemos considerar um que renda apenas a taxa básica de juros, como o Tesouro Selic.
O este dinheiro aplicado, somado ao seu rendimento, possibilitaria a compra deste mesmo imóvel à vista dentro de alguns anos. Em um tempo muito menor do que o que levaria para quitar este financiamento.
Vendo isso, é possível concluir que o financiamento de imóveis pode não ser o melhor “investimento” a se fazer.
Logo, é fundamental pensar bem antes de assumir uma dívida como um financiamento imobiliário. Porque ele, em vez de te aproximar, pode te afastar ainda mais do sonho da casa própria.