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Fundos de investimentos

É muito comum que as pessoas, principalmente as que tem pouca experiência no mercado financeiro, se interessem por modelos de investimentos que transmitam conforto e segurança em suas aplicações e não exijam necessariamente um conhecimento aprofundado e dinâmico de todas as nuances e variáveis que envolvem a complexidade do mercado financeiro.

Para esses investidores, os Fundos de Investimentos são uma boa alternativa.

Porém, mesmo sendo uma modalidade de investimento que não demande muita prática e dedicação total de seus usuários, um conhecimento básico sobre suas principais características se faz necessária por aqueles que se interessem pela atividade, de forma a maximizar os retornos para longo prazo ou mesmo possibilitar um maior conforto ao investidor naquilo que ele está investindo o seu suado dinheiro.

Por conta disso, fizemos hoje um artigo sobre fundos de investimento, tentando explicar o que são, seus principais pontos positivos, características, mecanismos e funções dentro da carteira de um investidor.

O que são Fundos de Investimentos

Resumidamente, um Fundo de Investimento pode ser definido como uma ferramenta que pode ser utilizada por diversas pessoas simultaneamente para que as mesmas apliquem ali os seus recursos financeiros no objetivo de levantarem uma quantidade significante de capital para assim usufruírem da rentabilidade dessas aplicações.

Em outras palavras, um fundo de investimento é uma modalidade onde várias pessoas aplicam o seu dinheiro em conjunto, não necessariamente na mesma quantidade, e um especialista, normalmente chamado de administrador ou gestor, toma conta de todo esse patrimônio e se responsabiliza pela forma que ele será aplicado, tentando maximizar sua rentabilidade e entregar os maiores rendimentos possíveis aos seus investidores, o que de fato nem sempre ocorre.

Assim sendo, a pessoa que investe em um fundo, na verdade, compra uma cota do mesmo, passando então a ser um cotista deste fundo, tendo como objetivo final a obtenção de ganhos a partir da aplicação feita no mercado financeiro pelo gestor.

Como o patrimônio do fundo tende a se valorizar por conta da rentabilidade obtida com seus investimentos, as cotas também se valorizam e o patrimônio do investidor cresce, já que ele participa desse resultado junto com todo o fundo, afinal de contas, ele é um sócio do mesmo.

Os Fundos de Investimentos são, portanto, boas alternativas de investimento para pessoas que não tem muita familiaridade com o mercado financeiro como um todo e pessoas que não tem possuem de acompanhar o mercado e nem condições de estruturarem suas próprias carteiras.

Como em outros tipos de ativos disponíveis no mercado, existem fundos com diferentes características que podem satisfazer diversos perfis de investidores, desde os conservadores e moderados aos mais agressivos.

Por isso, é necessário e importante que cada investidor que tenha interesse nesse tipo de ativo tenha clareza de qual seja o seu perfil e seus objetivos em relação aos investimentos.

Tipos de Fundos de Investimentos

Existem diversos tipos de Fundos de Investimentos, porém, os mais comuns basicamente são os de Renda Fixa, os de Ações e os Multimercados. Faremos um breve resumo de cada um deles logo abaixo.

Fundos de Investimento de Renda Fixa

Os Fundos de Investimentos de Renda Fixa são aqueles que aplicam o dinheiro do investidor apenas em investimentos atrelados a renda fixa,tais como CDBs, LCIs, LCAs, Tesouro Direto (NTN-B, Tesouro Selic, etc), entre outros. É muito indicado para investidores mais conservadores.

Esses fundos costumam ter uma certa previsibilidade de valorização e costumam, em geral, acompanhar o CDI. Porém, há alguns fundos desta modalidade que seguem indíces de inflação, e por isso, acabam enfrentando alguma volatilidade, já que títulos de inflação costumam serem marcados a mercado e terem preços oscilantes, como é o caso das NTN-B (Título do tesouro indexado ao IPCA)

Dentre os fundos de investimento atrelados à renda fixa, gostamos dos fundos imobiliários de recebíves, que proporcionam uma rentabilidade bastante interessante aos seus cotistas, normalmente acima da média do mercado, e ainda distribuem seus rendimentos mensalmente, de forma a gerar renda para o investidor.

FUNDOS DE AÇÕES

Já os Fundos de Investimentos em Ações são muito procurados por quem apresenta um perfil de investimentos mais arrojado e tolera um pouco mais de riscos, pois as aplicações desse tipo de fundo são feitas exclusivamente em ações, tendo suas rentabilidades, assim, sujeitas às inevitáveis volatilidades do mercado.

Portanto, é comum que um investidor que aplique seus recursos em um fundo de ações perceba maiores oscilações no seu saldo, já que as ações costumam ter mais volatilidade e se valorizam e desvalorizam com certa frequência.

Importante também analisar qual o perfil de ações que o fundo investe e também seu histórico, já que, fundos de ações que investem em ativos de baixa qualidade, podem ter um desempenho ruim no longo prazo.

Fundos de ações podem ser uma boa opção para quem deseja entrar no mercado, mas ainda não possui nenhum conhecimento e tem poucos recursos. Esses tipos de fundos acabam habituando e acostumando o investidor em relação à volatilidade do mercado, o que o acaba preparando para comprar suas ações diretamente através de uma corretora e não se assustar com eventuais desvalorizações.

FUNDOS MULTIMERCADO

Por fim, os Fundos de Investimentos Multimercados são aqueles que buscam mesclar tanto aplicações em renda fixa como em renda variável, como ações e cambio por exemplo, sendo assim, mais indicados para aqueles investidores que buscam um “equilíbrio” em suas aplicações financeiras.

Estes fundos costumam oferecer estratégias das mais variadas e buscam atingir retornos mais elevados no longo prazo, porém com uma dose um pouco maior de risco e volatilidade.

Vale destacar aqui que é muito importante que o investidor pesquise bem as características do fundo de interesse para que surpresas desagradáveis não surjam após a sua adesão a essas aplicações.

No site da CVM, mais especificamente na seção “Central de Sistemas” existem as principais informações dos fundos atualmente habilitados para atuar no mercado assim como informações sobre quem são os responsáveis por sua gestão.

Nesse portal, o investidor pode ter acesso a informações importantes como a composição da carteira daquele fundo, os seus regulamentos, número de cotistas, prazos de resgate e demonstrações contábeis do fundo.

Objetivos dos Fundos

Cada fundo apresenta suas características peculiares individuais, e uma delas é seu objetivo.

Esse é um outro fator que o investidor deve tomar conhecimento prematuramente para que se possa avaliar com antecedência se os seus objetivos pessoais de investimentos são compatíveis com os do fundo em questão.

Existem fundos que têm como objetivo, por exemplo, superar ou CDI, outros de superar o Ibovespa, cada um com sua meta particular, os chamados benchmarks, mas o importante é que o investidor procure por aquele que mais se identifica com seus planos de aplicação para que assim seus investimentos sejam compatíveis com seus interesses pessoais.

É importante destacar que o objetivo dos fundos não necessariamente representa que de fato aquela meta será alcançada, visto que, devido às inúmeras variáveis que envolvem o mercado, muitas vezes é difícil estipular antecipadamente e com precisão a rentabilidade de uma aplicação, principalmente quando feita em ativos de renda variável.

Outro ponto importante de se destacar é que, no mercado como um todo, rentabilidades passadas não representam garantia nenhuma de rentabilidades futuras, e esse é um ponto muito importante que deve ser levado em consideração ao se analisar fundos de investimentos.

Tributação

Para quem pretende aplicar seus recursos em fundos de investimento, é importante estar ciente da tributação a qual estará sujeito.

Para esse tipo de investimento, dois tributos são retidos diretamente na fonte pelo gestor do fundo, ou seja, são descontados automaticamente da conta do investidor.

São eles: o Imposto sobre a Renda (IR) e o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

A incidência do Imposto de Renda nos fundos de investimentos depende basicamente do período de permanência de cada aplicação individual no fundo e nos tipos de investimentos que esse fundo aplica os recursos.

Dessa forma, esse tributo pode variar entre 15% e 22,5% sobre o valor dos rendimentos da aplicação.

Já o desconto do IOF, este incide também sobre o rendimento das aplicações, porém daquelas que permanecerem investidas por menos de 30 dias.

Essa alíquota de IOF pode variar de nenhuma a 96% dos rendimentos da aplicação, dependendo exclusivamente do número de dias decorridos entre a aplicação e o resgate.

É importante destacar que, a partir do 30º dia da aplicação, a incidência do IOF não é mais descontada.

Assim sendo, é difícil acreditar que o investimento em fundos de investimento seja compensador para quem pretende investir seu capital num prazo curto de tempo, e esperar grandes retornos em um curto período nesse tipo de investimento é algo, em geral, irreal.

Taxas

Como na maioria dos investimentos disponíveis no mercado, os fundos de investimentos também cobram taxas que se referem basicamente a administração e performance do fundo.

Como mencionado anteriormente, cada fundo é administrado por um gestor que, teoricamente, deva ter experiência e segurança em suas operações.

Para prestar o serviço de investir o dinheiro de todos os investidores, esse gestor geralmente cobra algumas taxas, como de administração, que é cobrada em toda e qualquer forma de fundo de investimento e serve como remuneração do fundo e desse gestor, e performance, que é cobrada somente em alguns tipos de fundos e funciona como uma espécie de bônus para o gestor por ter atingido uma meta pré-estabelecida ou conseguido uma boa rentabilidade num período também pré-determinado.

Assim, é sempre bom analisar individualmente cada fundo de investimento antes de se investir para que se tenha uma noção antecipada se tal instituição possui ou não taxas e quais seriam as percentagens dessas cobranças.

Recomendamos que o investidor procure taxas atrativas e um gestor que tenha um bom histórico de resultados, mesmo que para isso sejam cobradas taxas de performance.

Diversificação

Outro ponto interessante de se destacar a respeito dos fundos de investimentos é a possibilidade de diversificação que um cotista tem ao entrar em um fundo.

Ao aplicar nesse ativo, o investidor automaticamente diversifica a sua carteira e diminui os seus riscos, visto a abrangência de aplicações simultâneas que o gestor daquele fundo faz com os recursos disponibilizados pelos cotistas, com diferentes níveis de riscos e retornos.

Gestão profissional

A aplicação dos recursos é feita de forma mais eficiente do que se feita por um investidor individual de pouca experiência devido ao fato de profissionais especializados se dedicarem em tempo integral à gestão do fundo.

Esse fato não descarta, porém, uma pesquisa aprofundada de quem são os responsáveis pelos fundos e o histórico desses administradores em relação ao mercado financeiro.

Nem todo fundo, por mais que tenha uma gestão profissional e onerosa, consegue entregar ótimos retornos aos investidores.

Investimento mínimo

Muitos fundos são bastante interessantes e apresentam boas características de gestão e aplicação de recursos.

Porém, cada um apresenta um valor mínimo de investimento diferente e é importante que o investidor se atente sobre quais são esses valores e verifique se os mesmos são coerentes com suas expectativas, disponibilidades e capacidades financeiras para aplicar.

Normalmente os fundos de investimentos com aplicações mínimas baixas (menos de R$ 1.000,00) acabam cobrando taxas de administração muito elevadas, o que deve ser evitado.

Carência no resgate

A carência nada mais é do que o prazo que se estende entre a solicitação do resgate do capital investido e o dia em que, de fato, o investidor terá esse dinheiro novamente disponível em sua conta bancária.

Diferentemente de outras aplicações que possuem prazo de vencimento, como o Tesouro Direto por exemplo, o investidor que solicita o resgate de seus recursos em um fundo de investimento precisa esperar que o prazo de carência daquele fundo seja cumprido.

Dessa forma, após a solicitação do resgate em um fundo que apresenta uma carência de dez dias, por exemplo, o investidor deve ter ciência de que deverá esperar por esses mesmo dez dias até que se tenha novamente esse dinheiro disponível em sua conta bancária.

O mercado financeiro apresenta diversas alternativas de investimentos, e é sempre importante que se pesquise e estude bastante sobre as principais características dos ativos sobre os quais se tenha interesse de aplicar recursos.

Sobre os fundos de investimentos essa lógica também é necessária, e é preciso que o investidor pesquise muito bem as características individuais dos fundos de seu interesse, assim como suas taxas, gestão, prazos de carência e rentabilidades, para que não se surpreenda negativamente depois de ingressar nesse tipo de investimento.

Como sempre salientamos, conhecimento nunca é demais, e no mercado financeiro essa afirmação é ainda mais verdadeira.


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