Greenlight Capital: conheça o fundo de hedge de David Einhorn

Fundos de hedge são conhecidos por suas estratégias ousadas e muitas vezes seus gestores se tornam celebridades do mercado financeiro. Esse é o caso do fundo de investimento Greenlight Capital.

David Einhorn é o gestor e fundador do Greenlight Capital, e seus passos são acompanhados atentamente pelos investidores.

O Greenlight Capital foi criado em 1996 com menos de um milhão de dólares e em 2017 tinha cerca de 10 bilhões de dólares sob gestão. A estratégia usada por ele é a long-short, apostando tanto em empresas com tendência de alta como de queda. Na verdade, o fundo é mais conhecido por suas apostas contra as empresas.

Outra parte da estratégia é investir em ações de valor, chamadas de value companies.

O fundo ficou famoso em 2002 quando David Einhorn questionou a legalidade das práticas contáveis da empresa de médio porte Allied Capital e revelou sua posição short na empresa. Uma investigação na U.S. Securities and Exchange Commission (SEC) comprovou cinco anos depois que o gestor estava certo.

Em 2010, ele lançou o livro “Fooling Some of the People All the Time”, (na tradução: Enganando algumas pessoas o tempo todo), em que conta sobre a empresa e o esquema que ele descobriu.

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No entanto, o maior ganho do Hedge fund foi a sua posição short no banco americano Lehman Brothers em 2007. Einhorn acusou o banco de estar envolvido em práticas contáveis duvidosas que encobriam obrigações da empresa em ativos lastreados.

Logo após o anuncio de que a Greenlight Capital tinha uma posição short, o valor de mercado do Lehman Brothers caiu em cerca de três bilhões de dólares.

O banco entrou com pedido de falência em 2008. E foi acusado por ser um dos causadores da crise financeira de 2008.

A relevância do Greenlight Capital hoje

O hedge fund foi tão influente no mercado financeiro que foi criada a expressão “Einhorn effect“. O efeito se refere a queda acentuada das ações de uma empresa logo após ele anunciar sua posição de short nela.

Alguns críticos acusam o gestor de usar a estratégia “short and distort”, que significa investir apostando na queda da empresa e espalhar rumores para desqualificar a companhia com o objetivo de fazê-la perder valor. E desse modo, conseguir ganhar dinheiro com a sua posição short.

Mas em geral, ele é visto como um gestor ativista. Ou seja, procura interferir operacionalmente na empresa em benefício dos interesses dos acionistas.

No entanto, nos últimos anos o fundo tem sido questionado pela sua má performance.

Em 2015, o fundo teve queda de 20%, puxado pela depreciação de 74% das ações da SunEdison, produtora de energia solar e eólica.

Em 2017, o retorno foi de apenas 1,6%, enquanto o índice da bolsa americana (S&P 500) subiu 21,8%. Em carta aos investidores, Einhorn admitiu a baixa performance. No entanto, afirma não pretender mudar a estratégia que, segundo ele, deve dar bons retornos ao longo do tempo.

Os investidores têm reclamado da falta de comunicação do fundo com seus clientes. E também dos rígidos termos de liquidez para investir.

Segundo a imprensa internacional, o Greenlight Capital hoje possui cerca de 5,5 bilhões de dólares sob gestão. Menos da metade dos 12 bilhões que foram reportados pelo fundo em 2014.

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Tiago Reis
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