Índice de Endividamento Geral: entenda como utilizar esse indicador
O Índice de Endividamento Geral, ou apenas EG, é utilizado como um indicador financeiro na análise do endividamento da empresa. De maneira geral, ele mede a proporção do endividamento da companhia em relação ao total do seu ativo, ou, em outras palavras, o quanto dos ativos da empresa estão financiados por terceiros.
Entretanto, para aplicá-lo, é necessário saber como funciona o cálculo do Índice de Endividamento Geral, além de entender quais cuidados devem ser tomados ao usar esse índice na análise da saúde financeira de uma empresa.
O que é o Índice de Endividamento Geral?
O Índice de Endividamento Geral (EG) é a representação da proporção do ativo total que está comprometida para custear o endividamento da empresa com terceiros (passivos exigíveis). Por isso, ele é usado como um indicador para a análise da saúde financeira de uma companhia.
Para calculá-lo, divide-se o total da dívida (de curto prazo e longo prazo) pelo total do ativo.
Logo, a fórmula do Índice de Endividamento Geral é:
- EG = (Capital de terceiros / Ativos totais) x 100
Exemplo de aplicação do Índice de Endividamento Geral
Para entender melhor como funciona o Índice de Endividamento Geral, confira o seguinte exemplo:
Suponha que uma empresa possui $10.000.000 em ativos totais, $2.000.000 em passivos de curto prazo e $150.000 em passivos de longo prazo.
Dessa forma, para calcular o índice de endividamento dessa empresa, divide-se a soma do passivo exigível ($2.150.000) pelo total do ativo ($10.000.000).
Logo, temos os seguintes dados:
- Passivos de Curto Prazo (Circulante): 2.000.000
- Passivo de Longo Prazo (Não Circulante): 150.000
- Ativos Totais: 10.000.000
Com isso, o Índice de EG será:
- EG = (2.000.000 + (150.000 / 10.000.000)) x 100
- EG = 21,5%
Ou seja, nesse exemplo, 21,5% do ativo total da empresa estaria comprometido para custear o total de suas dívidas.
Esse EG encontrado é um indicador meramente quantitativo, sendo importante ressaltar que ele não determina, por si só, como está a saúde financeira de uma empresa. Contudo, normalmente, quanto menor o endividamento geral de uma companhia, melhor.
Como analisar o índice de endividamento geral?
Como o esse índice apenas indica – e não determina –, a saúde financeira de uma companhia, é preciso analisar o índice de endividamento junto com alguns outros aspectos da dívida. Alguns deles são:
1. O objetivo do endividamento
É importante estar atento para qual fim as dívidas foram tomadas com terceiros. Empresas que utilizam do capital de terceiros para financiar projetos rentáveis, em geral, não devem ser penalizadas por isso.
Por outro lado, aquelas que utilizam desse capital para fazer pagamento de dividendos, por exemplo, podem estar com a saúde financeira comprometida.
2. O custo da dívida
Um aspecto fundamental para ser analisado é o custo da dívida da companhia, ou seja, quais os juros que estão sendo cobrados e a qual indexador esses juros estão vinculados. Quanto menor o custo da dívida, melhor.
3. A capacidade de pagamento aos credores
Nesse ponto, é preciso estar atendo ao cronograma de amortização da dívida da companhia para saber se ela será capaz de honrar com o pagamento das dívidas que possuem com terceiros. Empresas com um cronograma de amortização de dívida mais alongado tendem a ter uma saúde financeira mais favorável.
4. A dívida dessa empresa comparada à dívida dos seus pares
Alguns setores da economia, naturalmente, são mais alavancados que outros. Empresas do setor de siderurgia, por exemplo, normalmente possuem mais dívidas, porque pertencem a uma indústria intensiva em capital.
Outras companhias, por outro lado, são menos intensivas em capital, como as de tecnologia, e por isso possuem menos endividamento. Portanto, é importante sempre comparar o EG de uma empresa com este mesmo índice de seus concorrentes.]
Como saber quando o índice de endividamento geral é adequado?
Como vimos anteriormente, é importante levar em conta diversos aspectos da dívida de uma empresa antes de avaliar se seu EG é ou não saudável.
Nesse sentido, em uma análise fundamentalista de uma ação, outros fatores além do EG devem ser observados. Alguns deles são: as vantagens competitivas, os outros indicadores financeiros, o mercado a qual a companhia se insere, entre outros.
Por isso, preparamos um eBook, onde explicamos os principais passos e cuidados na hora de se analisar uma ação. Nesse material, será possível entender porque o Índice de Endividamento Geral deve ser usado junto com outros critérios fundamentalistas para analisar uma ação da Bolsa.