Os Juros e seu devido mérito no desenvolvimento econômico de um país
Os juros são a remuneração cobrada pelo empréstimo em dinheiro (ou outro item) entre duas ou mais partes e, normalmente, é expresso como um percentual extra a ser cobrado pelo valor emprestado.
Assim sendo, os juros podem ser entendidos como o preço do “aluguel” do capital num determinado espaço de tempo.
Dessa forma, essa taxa age como sendo uma compensação que deverá ser dada pelo tomador do dinheiro por ter o direito de consumir, investir ou pagar outras dívidas com ele.
Já o credor, por outro lado, recebe uma compensação financeira por estar impossibilitado de usar seu dinheiro naquele momento e por correr o risco de não ser pago pelo empréstimo concedido.
Com isso, é possível se entender que a taxa de juros é o preço do dinheiro no tempo, pois ao passo em que um indivíduo concede crédito a um mutuário, ele está automaticamente adiando seu consumo no presente em troca de uma quantidade maior de poder de compra no futuro.
Logo, esse recurso financeiro equilibra a propensão a poupar de uns com a vontade de pegar dinheiro emprestado de outros.
Um ponto a se atentar
É importante destacar que essa taxa custeia a moeda como um todo, e não apenas coordena os planos de poupadores e investidores, mas ela também funciona como um “freio” ou um “regulador” da duração dos períodos de produção empreendidos com a poupança disponível na sociedade.
Exemplificando
A título de ilustração, quais seriam os respectivos valores presentes de um investimento que retornasse $100 daqui a um ano, daqui a dois ou daqui a três anos, com uma taxa de juros de mercado de, digamos, 10%?
Eles seriam, respectivamente, $90,91, $82,64 e $75,13.
Isso significa que $100 daqui a um ano valeria subjetivamente o mesmo que $90,91 hoje; que $100 daqui a dois anos valeria subjetivamente o mesmo que $82,64 hoje, e que $100 daqui a três anos valeria subjetivamente o mesmo tanto que $75,13 hoje.
Questões a se considerar
No caso em que a população de um determinado país deseje poupar menos e consumir mais, a consequência dessa atitude seria o aumento da alíquota do valor de dinheiro emprestado, pois investimentos, a longo prazo seriam menos atraentes na preferência da população e também como os juros são o preço do dinheiro no tempo, a escassez desse dinheiro elevaria as taxas até o patamar de equilíbrio entre oferta e demanda.
Assim sendo, essas métricas funcionam como um balizador do mercado, informando quando vale a pena poupar e fazer investimentos a longo prazo ou quando é mais viável o consumo por meio de dívida.
Em outras palavras, eles garantem que os horizontes temporais dos investimentos (investimentos no curto, médio ou longo prazos) sejam compatíveis com a poupança disponível para manter ou expandir a estrutura de capital no longo prazo.
De forma bastante básica, pode-se concluir, portanto, que quando a taxa de poupança de um determinado país é muito alta, a taxa de juros tende ser baixa, e o contrário acontece quando os gastos tendem a ser bastante elevados em relação a renda, nesses mercados as taxas tendem a serem mais elevadas.
Um importante detalhe
Outro ponto importante de ressaltar é que, quando esses “custos do dinheiro” são manipulados de forma irresponsável por meio da taxa Selic (taxa básica da nossa economia), ciclos econômicos podem ser criados, de forma a confundir os padrões de poupança e consumo das pessoas e empresários que se baseiam de uma forma ou de outra nas alíquotas praticadas pelo mercado, as quais podem ser tidas como métricas que informam a atitude mais racional a se tomar.
Conclusão
Por fim, podemos concluir que esse mecanismo desenvolvido na economia capitalista é de fundamental importância numa economia de mercado, e sua atuação serve como guia de muitas atitudes tomadas em um determinado país.
Muitos podem não notar, mas tomar a decisão de gastar ou poupar na grande maioria das pessoas é influenciada diretamente pelas taxas de juros praticados naquele mercado.