Todo trimestre as empresas de capital aberto divulgam seus balanços com diversas informações importantíssimas para analisar o negócio como o lucro contábil.
Por ser um dos indicadores mais importantes das empresas, a divulgação do lucro contábil, também conhecido como resultado financeiro, é obrigatória para todas as companhias de capital aberto.
O que é o lucro contábil?
Lucro contábil é o resultado da receita total da empresa menos os seus custos totais. É o lucro divulgado em resultados financeiros e considera os custos explícitos da operação.
Como o próprio nome sugere, o conceito de lucro contábil vem da contabilidade. O contador analisa tudo que a empresa faturou e teve de custos em um determinado período de tempo.
Como o lucro contábil é utilizado pelos investidores?
O objetivo da divulgação do lucro contábil é informar se a empresa conseguiu obter dinheiro com todos os custos operacionais da empresa, como matéria prima, salários e impostos.
Como esse dado é divulgado nos resultados financeiros das empresas a todo trimestre, o lucro contábil usado por muitos investidores para analisar se a empresa tem um negócio saudável e se está crescendo ou não.
De fato, quaisquer mudanças nos custos operacionais da empresa ou financeiros irão impactar no lucro contábil e mostrar uma menor rentabilidade do negócio.
No entanto, o lucro contábil não leva em consideração os custos implícitos da empresa. Custos esses que os economistas chamam de custo de oportunidade — utilizado para calcular o lucro econômico das empresas.
Comparando o lucro contábil com o lucro econômico
Para entender a diferença entre lucro contábil e lucro econômico é preciso entender o conceito de custo de oportunidade.
Custo de oportunidade é o custo que se tem por não fazer alguma coisa porque se está fazendo outra, dado que um recurso é escasso. Por ser um aspecto econômico, o custo de oportunidade é analisado pelos economistas, e não pelos contadores.
Por exemplo, quem decidir voltar aos estudos deve levar em consideração o custo de oportunidade de parar de trabalhar ou trabalhar menos. Já que não é possível alocar todo o tempo disponível ao trabalho como antes.
Entendendo a aplicação do lucro econômico
Em finanças e nos negócios é muito analisado o custo de oportunidade de investimentos. Por exemplo, um investidor investiu em duas ações A e B. A ação A rendeu 5% no ano e a ação B 10% no ano.
Em uma análise superficial, a empresa B foi mais lucrativa, mas nenhum dos investimentos deu prejuízo. No entanto, ao analisar pelo custo de oportunidade investir na empresa A deu prejuízo uma vez que se tivesse investido em um investimento atrelado a Selic teria ganhado 6,5% no ano.
Ou seja, nesse caso, ao investir na empresa A e não em renda fixa, o investidor deixou de ganhar.
Por considerar os custos de oportunidade o lucro econômico inclui mais gastos a serem considerados pelos gestores. Os chamados gastos implícitos. Como o resultado de um investimento e seu potencial, o ganho de mercado de outros concorrentes, a fidelidade dos clientes da concorrência e outras coisas.
Por isso, o lucro econômico é sempre menor que o contábil. Porém, ao mesmo tempo, ele mostra de forma mais real os resultados da empresa e seus problemas ou ganhos potenciais.
No fim das contas, tanto o lucro contábil quanto o econômico são importantes indicativos sobre a situação de uma companhia — e, por isso, devem ser levados em conta em qualquer análise. Por isso, confira nosso minicurso gratuito sobre Contabilidade para Investidores e entenda melhor como analisar esses e outros indicadores financeiros e operacionais de uma empresa.