A margem de lucro é um conceito fundamental para qualquer empreendedor, pois ele é um dos principais indicadores da lucratividade de um negócio. Nesse sentido, a margem bruta é uma das métricas que os analistas mais costumam usar quando querem avaliar parte do desempenho de um negócio.
Portanto a margem bruta mede a lucratividade do “chão de fabrica” de uma empresa. Ela é formada pela divisão entre o lucro bruto pela receita normalmente bruta, embora possa ser usada a receita líquida visto que não é obrigatório que uma empresa divulgue sua receita bruta.
Para um empreendedor, compreender a dinâmica de margem de cada um dos seus produtos pode ser a diferença entre o lucro e o prejuízo de um negócio. Cada mercadoria ou serviço possui sua margem individual, e por isso, descobrir quais dos produtos ofertados oferecem maior giro de estoque com maior margem possível é o papel de um empreendedor de sucesso.
Exemplo de calculo da margem bruta (usando a receita líquida)
Imagine que uma empresa possua uma receita líquida de R$ 40.000.
Para realizar suas vendas, é necessário descontar os custos diretamente envolvidos como R$ 10.000 de matéria prima, R$ 3.000 de frete e R$ 10.000 de armazenamento.
Como o lucro bruto é formado da subtração da receita líquida pelos custos dos produtos vendidos levados em consideração na empresa em destaque, poderemos dizer que o lucro bruto dessa companhia será de R$ 17.000.
Então, assumindo os dados do exemplo acima, teremos:
R$ 17.000 (lucro bruto) / R$ 40.000 (receita líquida) x 100 = 42% de margem bruta.
Margem bruta como indicador de vantagem competitiva
Um dos melhores indicadores de vantagem competitiva de uma empresa é a alta margem de lucro bruto. Acontece que margens altas são um indicativo que a companhia possui algum grau de liberdade para estabelecer o preço de seus produtos e serviços acima dos seus custos de produção.
Se uma organização não possui vantagem competitiva, ela estará automaticamente a mercê de competidores mais agressivos, dos quais possuem uma estratégia mais voltada em diminuir os preços de vendas, o que naturalmente diminui a receita e traz quedas à margem para o setor como um todo.
Como regra geral (e existem exceções) as empresas com margens de lucro bruto de 40% ou mais, tendem a ter alguma vantagem competitiva durável.
Por outro lado, companhias com margens abaixo de 20% costumam estar lotadas em setores extremamente competitivos, dos quais nenhuma empresa possui uma vantagem que a diferencie das demais. Esse é o caso das empresas de varejo ou aviação civil, onde é muito comum vermos uma “guerra de preços” para atrair clientes.
Porém, o teste de observar as margens de lucro de uma empresa não é a prova de falhas, na verdade ele funciona apenas como mais um indicador entre vários outros que devem ser avaliados.
Além disso, devemos ter em mente que a margem de uma empresa não deve ser analisada pontualmente, pois ela precisa apresentar uma dinâmica durável para termos a segurança que uma companhia possui um diferencial competitivo em relação aos seus concorrentes.
Perceba que esse padrão de margem bruta elevada é muito pouco comum entre a maioria das empresas quando observamos um histórico prolongado, e é por isso que devemos analisar paciente e cuidadosamente as companhias caso a caso.