Mercado secundário: Descubra como comprar e vender investimentos
Você sabe do que se trata o mercado secundário? Esse é um mercado importante para o investidor que quiser comprar ações para receber dividendos.
E é fundamental entender como tirar proveito do mercado secundário de investimentos.
O mercado secundário é o mercado no qual investidores compram e vendem ativos entre si, como ações, fundos imobiliários, debêntures e outros títulos. Quando falamos de ações, esse mercado se chama bolsa de valores.
O que é o mercado secundário
O mercado denominado de secundário é o ambiente no qual os investidores compram e vendem títulos e valores mobiliários entre si.
Como o próprio nome já diz, um valor mobiliário é móvel e, portanto, pode trocar facilmente de titularidade mediante a compra e venda desses papéis.
Assim, neste ambiente ocorrem apenas as transferências de propriedade e de recursos entre os próprios investidores.
E como consequência, os recursos transacionados neste mercado não são destinados ao caixa do emissor do título, mas sim, trocam de mãos entre comprador e vendedor dos títulos.
O preço de negociação desses papéis é dado simplesmente pela lei da demanda e oferta.
Quando a demanda aumenta em relação à oferta, o preço sobe. E quando ocorre o oposto, o preço cai.
Diversos títulos são negociados de forma secundária, como:
- Ações
- BDRs
- Fundos imobiliários
- Títulos de renda fixa
- Fundos de Índice
O conceito de liquidez
Talvez o conceito mais importante dentro da negociação secundária de títulos seja o de liquidez.
Por exemplo, no dia 05 de Junho de 2018, a ação mais líquida foi a PETR4, que teve exatamente 64.823 negócios. E o volume de negociação foi de mais de R$ 1,1 bilhão nesse mesmo dia.
A liquidez, como o nome menciona, é a capacidade de tornar um ativo “líquido”. Isto é, convertê-lo em dinheiro.
Por exemplo, para quem deseja vender uma certa quantidade de ações, a liquidez se refere à capacidade de encontrar compradores suficientes ao preço de mercado.
Nem sempre isso ocorre. Às vezes pode demorar dias até a venda ser concretizada ou então, o vendedor terá que aceitar um preço menor para concretizar a venda no tempo em que gostaria.
As ações Small Caps, por exemplo, são uma classe de ativos que costuma ter uma liquidez abaixo da média, embora possam oferecer retornos maiores.
E para quem está comprando, a liquidez também pode ser um empecilho. Muitos fundos de ações, por exemplo, não conseguem aproveitar oportunidades em papéis de baixa liquidez.
Isso ocorre devido ao tamanho do investimento necessário para impactar a performance do fundo.
Um grande volume de compra provavelmente faria aumentar o preço da ação, eliminando a oportunidade vista de início.
Liquidez na prática
A liquidez varia bastante de acordo com a classe de ativos e também dentro de uma mesma classe.
De maneira geral, o mercado de ações possui muito mais liquidez do que no mercado de Fundos Imobiliários. Já o mercado da renda fixa é muito mais limitado.
As duas maneiras de medir a liquidez é através do número de negócios realizados e do volume de negociação.
O número de negócios fala por si. Sempre que uma transação é concluída, um novo negócio é contado. Já o volume de negociação é somatório do valor de cada negociação concretizada.
Evidentemente, essas métricas tendem a andar juntos. Uma ação ou fundo imobiliário com muitos negócios, provavelmente também terá um volume de negociação elevado.
E o espectro é bastante amplo dentro de uma classe. Por isso é importante também analisar
a liquidez individual de cada.
Por exemplo, no dia 05 de Junho de 2018, a ação mais líquida foi a PETR4, que teve exatamente 64.823 negócios. E o volume de negociação foi de mais de R$ 1,1 bilhão nesse mesmo dia.
Mas nesse mesmo dia 237 ações não tiveram um único negócio.
Já nos fundos imobiliários, o fundo mais negociado apresentou neste dia aproximadamente R$ 3,5 milhões em negociação e 3.270 negócios. 48 fundos não foram negociados.
O meio de campo entre compradores e vendedores
As transações no mercado secundário geralmente ocorrem com a presença de intermediários, remunerados de acordo com a realização de negociações no mercado de capitais.
As instituições de intermediação mais comuns neste mercado são a bolsa de valores b
rasileira B³ e as corretoras de valores mobiliários.
A B³ é a única bolsa de valores do Brasil. Sempre que o investidor compra ou vende uma ação ou fundo imobiliário, ele paga obrigatoriamente taxas para esta instituição em função do volume negociado.
Quanto às corretoras, existem diversas instituições diferentes no mercado. E a Suno fez uma pesquisa com as corretoras mais utilizadas pelos assinantes.
A principal taxa paga a essas instituições se chama corretagem, que costuma ser um valor fixo por cada negócio.
Existem inclusive corretoras que já isentam o investidor da corretagem para negócios com fundos imobiliários.
Mercado primário X Mercado secundário
O outro tipo de mercado de negociação existente se chama mercado primário. Neste mercado o investidor negocia seus títulos diretamente com o emissor do investimento.
No mercado de ações, por exemplo, o mercado primário compreende a emissão e recompra de ações.
E uma vez que uma companhia emite ações e as lança no mercado para arrecadar capital e se financiar, seus papéis passam, então, a serem negociadas no chamado mercado secundário.
Este mercado normalmente compreende bolsas de valores e/ou mercados de balcão.
Os mercados de balcão são mercados que compreendem empresas de menor porte e não sujeitas aos procedimentos especiais de negociação onde são negociadas ações e outros ativos.
Esse mercado de balcão pode ser organizado ou não. No mercado organizado, existem sistemas eletrônicos de negociação disponíveis para os participantes.
Diferentemente do mercado primário, quando as empresas lançam ações ao mercado a um preço pré-determinado, com a finalidade de conseguirem recursos, no mercado secundário a dinâmica é diferente.
Neste mercado os papéis passam a serem negociadas entre os investidores sob a dinâmica da lei da oferta e da procura.
E assim, os preços normalmente são sujeitos às volatilidades resultantes de fatos provenientes das mais diversas naturezas.
Como, por exemplo, uma notícia de algum evento atípico que possa impactar (positiva ou negativamente) os balanços da empresa em questão nos próximos meses, por exemplo.
Interesse da companhia nas negociações secundárias
No âmbito de performance de negócios ou arrecadação de capital, as operações no mercado secundário não fazem diferença alguma para a empresa.
Contudo, essas transações realizadas neste mercado influenciam os preços das ações da companhia em questão, e esses, por sua vez, alteram diretamente o valor de mercado desta empresa.
Certamente, toda gestão e coordenação das companhias deseja ver o capital da mesma sendo valorizado.
Isto porque, além dessa valorização representar um reconhecimento de suas escolhas administrativas, muitas vezes os gestores das companhias são remunerados com ações e/ou opções de ações dessas próprias empresas.
E assim, o mercado de capitais beneficia estes profissionais por conta de seus respectivos trabalhos terem sido bem feitos frente ao empreendimento em questão.
Como acessar
Acessar o mercado secundário de investimentos não é difícil. Para começar, basta o investidor abrir conta em uma corretora de valores.
Mercado de renda variável
Para negociar dentro do mercado de renda variável, o investidor deverá, antes de mais nada, ter acesso à plataforma virtual de negociação chamada Home Broker.
Negociando Ações e ETFs
Para comprar ou vender uma ação ou fundo de índice (ETF) é bastante fácil. Você deve seguir alguns passos:
- Escolher o tipo de ordem (compra ou venda)
- Preencher a ordem com: código do ativo, quantidade, preço desejado, validade da ordem e data de envio.
- Assinar eletronicamente a ordem para que possa ser enviada.
- Aguardar a execução da ordem.
Quanto ao código do ativo, você deve prestar bastante atenção.
O código é formado da seguinte forma: 4 letras + Tipo de ação + Tipo de mercado + Tipo de lote.
As quatro letras se referem ao nome da empresa.
Já o tipo de ação pode ser ON (código 3), PN (código 4,5 ou 6), ou UNIT (código 11). No caso dos fundos de índice (ETF), o código é sempre 11.
O código de tipo de mercado só será preenchido com um “B” no caso da ação ser negociada em balcão organizado. Caso contrário não é preciso preenchê-lo.
Já o tipo de lote poderá ser fracionário ou integral. No mercado fracionário, as ações são negociadas de 1 em 1. O código é F.
Já no lote integral, a quantidade mínima é de 100 ações. Não é preciso adicionar nenhum código.
Veja um exemplo, com o código MRSA5BF.
As letras “MRSA” se referem à empresa Mrs Logística.
O código “5” se refere às ações preferenciais Classe A.
A letra “B” se refere a uma ação que é negociada no mercado de balcão organizado.
Por fim, a letra “F” representa uma ordem colocada no mercado fracionário.
Negociando fundos imobiliários
Para negociar cotas de fundos imobiliários, a única diferença é no preenchimento da ordem.
O código numérico é sempre “11” e não existe a diferenciação entre mercado fracionário e lote integral. As cotas são sempre negociadas de 1 em 1. Por isso não é necessário preencher “F”.
Exemplo: FAMB11B
FAMB : Fundo imobiliário Almirante Barroso.
11: Código de todos os fundos imobiliários.
B: Indica negociação em balcão organizado
O mecanismo de leilão
Sempre que as ordens do investidor são enviadas ao sistema de negociação, é formado o que se denomina de book de ofertas, ou livro de ofertas.
As negociações são sempre formadas pelo mecanismo de leilão. Assim, a ordem de compra com maior preço ganha prioridade, assim como a ordem de venda com menor preço.
E quando comprador e vendedor concordam no preço, um novo negócio é fechado.
Vale mencionar ainda que costuma ser possível alterar as condições da ordem (quantidade, preço, etc) caso o comprador ou vendedor deseje.
As negociações são sempre realizadas em dias úteis. Em 2018, o horário normal de negociação era das 10:00 às 16:55.
Também existe o que se denomina de aftermarket, que é o período das 17:30-18:00, que funciona como uma “prorrogação” para o investidor negociar ativos.
O problema da especulação
O mercado secundário pode servir como porta de entrada para os investidores de longo prazo, que querem gerar renda passiva e valorizarem o seu patrimônio de forma paciente ao longo dos anos.
Entretanto, há de se destacar, ainda, que é neste ambiente onde muitas pessoas se aventuram e realizam operações especulativas sem fundamentos.
E sempre com o intuito de lucrarem em operações de curto prazo que visam o alto ganho de capital de maneira rápida.
Contudo, nesses tipos de operações de curto prazo, conhecidas também como Day Trade ou outros nomes exóticos, não é difícil de se observar, também, perdas desastrosas de capital por parte desses investidores.
Veja no vídeo abaixo o que o Tiago Reis, CEO e fundador da Suno, pensa a respeito de derivativos para o investidor de longo prazo:
Por conta disso, fica fácil perceber que o mercado secundário pode ser uma verdadeira faca de gumes.
Ao mesmo tempo, pode servir como excelente ferramenta de longo prazo para investidores simpatizantes do Value Investing, e que tem interesse em se associar a bons e saudáveis projetos empreendedores ao longo do tempo.
Por outro lado, também pode ser bastante traiçoeiro para aqueles que vislumbram apenas a especulação em torno de papéis com muitas negociações.
Mercado de renda fixa
De maneira geral, o mercado secundário de renda fixa possui muito menos liquidez do que no mercado de renda variável.
E para acessá-lo, o investidor deverá sempre contatar o seu agente autônomo de investimentos, também conhecido como assessor de investimentos. Esse é o profissional das corretoras responsável pela sua conta.
Geralmente a corretora poderá comprar de você o seu título com um deságio, ou então, o seu assessor encontrará outro investidor da que possa estar interessado em negociar.
Existem diversas plataformas onde são negociados os títulos de renda fixa, mas somente os participantes autorizados, que são as corretoras, bancos e outras instituições , podem participar.
Por exemplo, no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (SELIC), as corretoras conseguem comprar e vender diversos títulos públicos, inclusive aqueles títulos que pararam de ser ofertados pelo Tesouro Direto.
Já a plataforma Sisbex permite comprar e vender títulos da renda fixa privada, como debêntures.
Conclusão sobre o mercado secundário
A negociação dos títulos e valores mobiliários contribui para o mercado de capitais e todas as suas ramificações.
E ajudando sempre a impulsionar a captação de recursos na economia , os projetos empresariais e o desenvolvimento da humanidade. Fica claro perceber que, graças ao mercado secundário, investidores podem negociar entre si ativos de diversas naturezas, o que, certamente, beneficia os participantes de mercado, assim como a sociedade em geral.