Modelo de Yale: como funciona e por que eu acredito nele?

Entre 1985 e 2008, o retorno apresentado pela fundação da Universidade de Yale foi de 16,6% contra 12% do Dow Jones. Este retorno foi alcançado com menor volatilidade que o índice da bolsa americana.

A fundação da Universidade de Yale recebe doações, sobretudo de ex-alunos da instituição, e estes recursos são administrados seguindo o chamado Modelo de Yale.

Como os recursos das doações foram obtidos, não existe a expectativa de serem resgatados por aqueles que doaram. Portanto, é um recurso que está sob administração da universidade de maneira perpétua.

Estes recursos são investidos para que os dividendos de suas aplicações possam pagar despesas importantes da faculdade, tais como: despesas dos alunos bolsistas, contratar bons professores, investir em pesquisa e modernização das instalações.

Como estes recursos não serão sacados e apenas os dividendos serão utilizados, as fundações das universidades (chamadas em inglês de endowments) podem ter uma abordagem de longo prazo em seus investimentos.

E o que isso significa na prática?

Primeiramente, os endowments não têm uma preocupação com a rentabilidade de curto prazo, e podem se expor a ativos de longo prazo, sobretudo renda variável. Inclusive eles aplicam em ativos ilíquidos dentro de renda variável, como Venture Capital e Private Equity.

Outro fator importante, os endowments podem ter uma abordagem contrarian, no sentido que aumentam sua exposição em ativos que tem performado pior recentemente.

A carteira dos endowments é recheada de ações, imóveis, venture capital, private equity e hedge funds. E possui uma exposição quase que nula em renda fixa.

Quando se diversifica em renda variável, em ativos de correlação baixa entre os ativos, o que acontece? O endowment captura o prêmio de risco, mas com uma menor volatilidade do que aplicar em uma categoria de renda variável somente.

Então se as ações americanas de tecnologia caem, talvez as ações brasileiras de bancos subam. É apenas um exemplo, e que de fato tem ocorrido recentemente.

E é exatamente este modelo que eu acredito para o investidor individual que não precisa do dinheiro e pode investir pensando no longo prazo, ainda que isso possa trazer volatilidade no curto prazo.

Como seria a carteira de quem quer seguir este modelo?

Você não precisaria mais do que vinte ativos e teria uma carteira composta de ações brasileiras, ações estrangeiras, small caps e fundos imobiliários. Sempre pensando também na diversificação setorial.

Além disso, você não precisa construir a carteira com vinte ativos hoje. Você pode construir ao longo do tempo. Se você está começando hoje, você pode começar com algo como três ou cinco ativos, e ir diversificando com o tempo, conforme os dividendos e seus aportes mensais forem entrando.

A grande vantagem para o investidor que segue essa estratégia, o Modelo de Yale, é que a volatilidade da renda variável cai de maneira significativa. E isso facilita muito para o investidor lidar com a volatilidade do mercado, pois sua carteira será muito menos volátil.

Quando a carteira estiver completa, o investidor que seguir este modelo irá possuir uma coleção dos negócios geradores de caixa espalhados pelo mundo.

Se você quiser aprender mais sobre o modelo de Yale, preparei este vídeo.

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Tiago Reis
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2 comentários

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  • Edvaldo Costa 12 de agosto de 2020
    Excelente artigo e vídeos! Contribui muito para os investidores iniciantes. Grato, Thiago. Desejo-lhe sucesso!Responder
    • Edvaldo Costa 12 de agosto de 2020
      Retificando. Grato, Tiago. Desejo-lhe sucesso!Responder

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