Os 5 estágios do desenvolvimento – Parte I

As grandes empresas não começam grandes. Todos os negócios se desenvolvem e passam por diversos estágios, que envolvem perspectivas, prioridades e desafios distintos. Quando avaliamos uma empresa, é fundamental compreender em qual estágio ela se situa para que a avaliação utilize as métricas e premissas adequadas e o resultado seja o mais próximo possível da realidade.

Aswath Damodaran, professor e grande avaliador de empresas, escritor de diversos livros sobre o tema, entre eles Damodaran on Valuation, The Dark Side of Valuation e The Little Book of Valuation, separa os estágios do desenvolvimento de uma companhia em cinco categorias. Na Parte I, apresentarei os dois primeiros estágios.

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Start-up

O primeiro estágio de desenvolvimento de uma empresa é conhecido como start-up. Neste ponto, as questões mais relevantes envolvem a verificação do tamanho do mercado em que a companhia pretende se desenvolver, bem como se o mercado está em expansão ou retração.

Esse elemento é de extrema importância para que os gestores consigam estimar as possibilidades de sobrevivência no longo prazo. Como a empresa ainda está no início de suas atividades, as métricas de precificação mais importantes são o tamanho do mercado, a disponibilidade de recursos (caixa) da empresa e a facilidade na captação de recursos (crédito e custo da dívida).

Isso se deve ao fato de que, no começo do ciclo, a empresa ainda não apresentou resultados e, deste modo, praticamente toda a avaliação se baseia em expectativas futuras. Assim, a avaliação se apoiará basicamente em três direcionadores de valor, são eles, o tamanho do mercado em que a companhia está se desenvolvendo; a participação de mercado (market share) que a companhia possui e conquistará no futuro; e as margens operacionais que a empresa tem potencial de sustentar.

Este primeiro estágio apresenta, também, diversas ameaças. Como um modelo de negócio incipiente e sem um histórico de resultados sólidos, as premissas adotadas são rodeadas de incertezas que podem se mostrar equivocadas. Portanto, empresas neste estágio se configuram como investimentos de altíssimo risco.

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Crescimento inicial

O segundo estágio de desenvolvimento da empresa envolve a saída do estágio de start-up com início do crescimento. Neste ponto, os gestores deixam de se perguntar se existe mercado para o produto e passam a identificar se os indivíduos utilizam e gostam dos produtos e serviços oferecidos.

Nesta etapa, as métricas mais importantes para a precificação da empresa envolvem o número de usuários. Lembre-se que neste estágio, a empresa ainda não apresenta resultados satisfatórios e condizentes com seu potencial de rentabilidade. Assim, é mais importante analisar o alcance dos produtos e a satisfação dos clientes.

Diferentemente do primeiro estágio, em que a avaliação se baseia quase que exclusivamente em expectativas futuras, no estágio de crescimento inicial, a empresa já apresenta alguns números que são indicadores do sucesso futuro da empresa. Entretanto, as expectativas futuras ainda se sobressaem aos resultados em termos de avaliação do preço justo da companhia.

Nesta fase, o maior direcionador de valor da empresa é o crescimento das receitas e, por consequência, os fatores que impulsionam tal crescimento.

Em relação às ameaças, o principal ponto a ser observado é uma análise que prioriza os direcionadores errados. Muitas vezes a empresa pode parecer interessante, entretanto, devido a uma análise superficial e que adota premissas equivocadas, o investimento pode ser malsucedido.

 

Em continuidade a este texto, a Parte II apresentará os três estágios restantes de modo a complementar o raciocínio de Aswath Damodaran em relação aos estágios de desenvolvimento de uma companhia.

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Tiago Reis
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