O plano Brady foi elaborado para ajudar na reestruturação da forma de pagamento da dívida externa dos países em desenvolvimento num momento conturbado. A América Latina teve adesão massiva, sendo que o Brasil foi o último a aceitar os termos.
A ideia do plano Brady era aumentar a entrada de recursos estrangeiros, além de facilitar e dar suporte aos investimentos nos países que aderissem ao plano. No Brasil, os bônus emitidos foram chamados de Bradies.
Apesar de acordo ter validade até 2024, o Brasil exerceu a opção de recompra antecipada em 2006.
Significado do plano Brady
O plano Brady foi idealizado em 1989 e leva esse nome em homenagem a Nicholas F. Brady que era secretário do Tesouro dos Estados Unidos que foi o mentor do plano. O objetivo era substituir o plano Baker de 1985. Numa possível reestruturação do pagamento da dívida externa de países em desenvolvimento.
Na prática, de um lado estavam os países em desenvolvimento – o Brasil, por exemplo – com suas dificuldades corriqueiras de honrarem os compromissos com a dívida externa. E do outro, investidores e credores, normalmente bancos. Como o acordo anterior estava se deteriorando, passava da hora de uma reestruturação.
Em resumo, os países com dificuldades de pagamento da dívida emitiram bônus, ou Brady Bonds como ficaram conhecidos os títulos facultados ao plano Brady, em favor dos credores e para a tomada de novos empréstimos em várias instituições financeiras, securitizados e negociados no mercado financeiro. Em troca receberam um abatimento do capital e dos juros da dívida externa.
A taxa de juro aplicada foi a LIBOR.
Além das emissões dos Bônus, como contrapartida, o país que assinasse o acordo deveria realizar uma série de ações em prol de um mercado mais liberal. Essas ações eram definidas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).
O Plano Brady no Brasil
O Brasil acordou e aderiu ao plano Brady em 1994 na gestão de Fernando Henrique Cardoso no Ministério da Fazenda e no mandato de Itamar Franco como presidente da República.
Na época, foram emitidos entre 40 e 50 bilhões em novos bônus. Os títulos brasileiros (Bradies) atrelados ao plano estiveram entre os mais negociados nas principais corretoras do mundo.
Bradies: Títulos brasileiros atrelados ao plano Brady
Os títulos brasileiros emitidos em 1994 ficaram conhecidos como Bradies. Assim, o país ofereceu aos credores sete tipos de títulos de acordo com o plano Brady, sendo eles:
- bônus ao par;
- bônus de desconto;
- bônus de capitalização (C-Bond);
- bônus de redução temporária de juros;
- bônus de dinheiro novo;
- bônus de juros elegíveis;
- bônus de conversão da dívida
Vantagens de se investir em Bradies
- Quando ativos no mercado financeiro tinham grande liquidez.
- Eram os títulos de mercado emergente mais negociados no mercado norte-americano, o que comprova a liquidez diária desses títulos.
- Os bradies eram títulos de renda fixa. Por isso, poderiam ser pré ou pós -fixados.
Com essas vantagens, os Bradies, que foram negociados no mercado financeiro graças ao acordo de 1994, se tornaram uma alternativa de renda fixa para investidores mais e menos conservadores.
O plano Brady teve seu efeito no Brasil. Mas, no primeiro semestre de 2006, o país anunciou a recompra dos Bradies, mesmo alguns com validade para 2024. Com isso o país teve o risco-país diminuído e recebeu a nota de “grau de investimento”.