O Banco Inter, mediante um pedido de esclarecimentos feito pela B3 – Brasil, Bolsa, Balcão – na última sexta-feira (17), esclareceu que as informações veiculadas pelo jornal O Estado de São Paulo em sua edição de 15 de agosto de 2018 decorreram de declarações da sua administração prestadas em entrevista ao repórter do referido veículo de comunicação e que refletem exclusivamente as tendências de evolução dos indicadores financeiros do banco.
Em relação à tal matéria, vale destacar que na mesma constava, dentre outras informações, que o Banco Inter:
– Espera aumentar em até 40% a linha de crédito imobiliário nos próximos anos a partir do lançamento, feito no último dia 15 (quarta-feira), da operação de investimento em poupança em seu aplicativo;
– Calcula em R$ 14 bilhões o montante potencial que as aplicações em poupança poderiam alcançar em 12 meses, considerando a perspectiva de chegar a 2 milhões de correntistas no mesmo período;
No que tange tal prestação de esclarecimentos feito pelo banco, é interessante destacar também que o Banco Inter ressaltou que, em relação à expectativa de crescimento da linha de crédito imobiliário, trata-se apenas de tendência percebida pela sua administração a partir da avaliação de seus dados históricos.
Ainda segundo a instituição, a sua carteira de crédito imobiliário apresentou um crescimento médio anual de aproximadamente 65,1% entre 2009 e 2017, conforme se verifica nas demonstrações financeiras anuais do banco para os respectivos exercícios, o que, na visão da administração, justifica a expectativa de um crescimento de até 40% ao longo dos próximos anos.
O banco ressaltou ainda que, da mesma maneira, a perspectiva de chegar a dois milhões de correntistas baseia-se única e exclusivamente em constatações relacionadas à continuidade das operações e em informações históricas que já vinham sendo divulgadas nos documentos enviados pela companhia ao mercado de maneira recorrente.
“O número total de correntistas apresentou um crescimento de 371,4% ao longo do exercício social findo em 31 de dezembro de 2017 e de 95,5% ao longo do primeiro semestre de 2018. No exercício findo em 31 de dezembro de 2016, o banco contava com 80,4 mil correntistas, avançando para 379,2 mil correntistas em 31 de dezembro de 2017 e para 741,5 mil correntistas em 30 de junho de 2018, conforme se verifica nos releases de resultados trimestrais do banco para os respectivos períodos, o que, na visão da administração, considerando que o atual ritmo de abertura de contas será mantido, justifica tais expectativas”, argumentou o Banco Inter.
Já em relação ao montante potencial que as aplicações em poupança poderiam alcançar, o banco ressaltou que se trata de uma mera análise genérica sobre o tamanho do mercado endereçável, levando em consideração que dois milhões de correntistas representem aproximadamente 2% do mercado de contas correntes no Brasil e, em seguida, aplicando essa análise genérica ao mercado de poupança, cujo tamanho estimado é de aproximadamente R$ 750 bilhões e o referido percentual de 2% corresponderia aproximadamente a R$ 14 bilhões.
“Portanto, não foi o objetivo da resposta definir o volume a ser captado pelo banco em 12 meses. Tratam-se de opiniões expostas pela administração, baseando-se, de forma genérica, em fatos e informações do banco e de mercado que já tenham sido previamente divulgados, não devendo tal exposição ser interpretada como uma análise ou estudo especificamente realizado para tal finalidade”, ressaltou a instituição em seu comunicado.
Diante do exposto, o banco esclareceu que, de forma habitual, concede entrevistas, sempre com observância irrestrita à regulamentação expedida pela CVM, de forma a não influenciar a tomada de decisão de investidores na movimentação de quaisquer títulos e valores mobiliários de sua emissão.
“…o Banco não divulga projeções a respeito de suas operações e resultados (…) e, dessa forma, tais declarações não representaram, assim, qualquer projeção de resultado financeiro futuro do Banco ou guidance, muito menos promessa de desempenho futuro, mas representam apenas tendências de evolução dos indicadores esperada pelo banco considerando seu histórico recente”, complementou.
No mais, apesar de não representar, de fato, uma projeção factível e oficial feita pelo Banco Inter, continuamos com nossa opinião de que a companhia apresenta ainda uma avenida bastante ampla de crescimento e ampliação de resultados, dado o seu atual modelo de atuação que, primordialmente por não possuir agências, apresenta uma vantagem competitiva bastante impactante frente às instituições bancárias mais tradicionais.
Ademais, por conta dos menores custos e despesas operacionais, a companhia consegue investir de maneira bastante relevante no que tange o relacionamento e atendimento aos seus clientes, o que faz com que o nível de satisfação dos correntistas seja bem acima da média dos seus pares atuantes do setor.
Diante disso, continuamos avaliando como bastante positiva a conjuntura operacional do Banco Inter, pois acreditamos que a sua capacidade de gerar valor para os seus acionistas pode ser amplificada de maneira significativa nos próximos anos.
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