A Companhia Energética de Minas Gerais – CEMIG – comunicou na última sexta-feira (28) à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), à B3 – Brasil, Bolsa Balcão (B3) e ao mercado em geral, que sua subsidiária integral Cemig Geração e Transmissão S. A. (Cemig GT), “demonstrando, mais uma vez, o compromisso em reduzir seu endividamento, melhorar sua rentabilidade e aprimorar sua qualidade de crédito” (conforme destacou a própria companhia), realizou, na véspera, o pagamento integral das Cédulas de Crédito Bancário, celebradas junto ao Banco do Brasil, no valor de R$741 milhões, com custo de 140% do CDI e vencimento original em 24/12/2021.
No que tange o endividamento da Cemig, segundo o informado pela companhia em seu resultado operacional enviado ao mercado no segundo trimestre desse ano, a estatal mineira possui um total de dívida total consolidada de pouco mais de R$ 14,6 bilhões, com boa parte desses compromissos com vencimento de médio prazo.
É possível perceber, acima, que o seu patamar de compromissos financeiros se encontra, de fato, bastante elevado nesse momento.
No mais, vale lembrar que o Grupo Cemig comercializa energia através das companhias Cemig Distribuição, Cemig Geração e Transmissão, e companhias subsidiárias integrais – Horizontes Energia, Sá Carvalho, Cemig PCH, Rosal Energia, Cemig Geração Camargos, Cemig Geração Itutinga, Cemig Geração Salto Grande, Cemig Geração Três Marias, Cemig Geração Leste, Cemig Geração Oeste e Cemig Geração Sul.
Já a Cemig Geração e Transmissão – Cemig GT – é uma das maiores geradoras do país, formada por 109 usinas, sendo 79 hidrelétricas, 2 termelétricas e 27 eólicas e 1 solar.
Num contexto geral, é possível perceber que a situação da Cemig ainda se encontra bastante desafiadora nesse momento, com uma situação de dívida bastante alta, e dificuldade de gerar caixa de maneira compatível com seus resultados de performance operacional.
Não bastasse a desafiadora situação atuando em um setor que consideramos ser um dos mais perenes do Brasil, o fato da companhia ser uma estatal – controlada pelo Estado de Minas Gerais – também nos deixa bastante incomodados com o case.
Independentemente do partido político em questão, entendemos que as estatais, como um todo, tendem a deixar os interesses dos minoritários sempre em último plano, e os números da Cemig desse trimestre reforçam bem esse nosso pensamento.
Por conta disso, seguimos de fora desse case por tempo indeterminado.
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