A Unipar Carbocloro comunicou ao mercado ontem (23), por meio de fato relevante, que a sua controladora, a Vila Velha Administração e Participações, empresa que propôs a oferta pública de aquisição – OPA – de ações da Unipar visando o cancelamento de registro de companhia aberta da mesma, não obteve sucesso no leilão realizado na mesma data, não tendo a ofertante, inclusive, adquirido qualquer ação na operação, a qual a mesma oferecia o preço de R$ 2,92 por papel ON, R$ 2,40 por PNA e R$ 2,46 por PNB da Unipar.
Ao que tudo indica, encerrou-se de vez a “novela” Unipar sobre o caso de seu fechamento de capital.
Obviamente, não existe nada que impeça o controlador de tentar novamente outro pedido de OPA no futuro, mas a esses preços propostos de R$ 2,92 por papel ON, R$ 2,40 por PNA e R$ 2,46 por PNB, conforme citados no fato relevante, acreditamos que muito dificilmente os acionistas da companhia – principalmente os dois que detém maiores participações na empresa, Luiz Barsi e o Fundo Verde – aceitem a proposta, visto que, no fechamento do pregão de ontem, o papel ordinário da companhia – UNIP3L – estava cotado a R$ 11,05.
Entendemos que um processo de OPA deva ser uma via de mão dupla que beneficie todas as partes, inclusive e principalmente os acionistas minoritários, o que, ao nosso entender, não acontece na referida proposta, visto que a Vila Velha oferece um preço por ação descontado em mais de 70% em relação ao preço de mercado. Qualquer investidor em sã consciência dificilmente aceitaria uma proposta de venda nesses moldes.
Dessa forma, concluímos que, a menos que a controladora tenha interesse em continuar se desgastando de maneira recorrente, tais tentativas frustradas de fechamento da capital da Unipar não acontecerão novamente.
Acreditamos ainda que, mesmo havendo uma mudança de postura, e o preço oferecido pela Vila Velha venha a ser compatível com o preço de mercado das ações da Unipar, os investidores ainda assim não demonstrem interesse no fechamento do capital da empresa, dado o resultado operacional da companhia que vem sendo realmente bastante satisfatório para seus acionistas, resultando em uma crescente valorização de suas ações no mercado, além, é claro do excelente histórico de pagamento de dividendos a seus acionistas, que a nosso entender, são um mecanismo bastante relevante no critério de avaliação de uma empresa.
Por isso seguimos acreditando no insucesso da OPA, caso a mesma venha a acontecer novamente, ao passo que continuamos acreditando e indicando o papel no preço teto limite que sugerimos a nossos assinantes.