Radar do Mercado: Embraer (EMBR3) – Parceria estratégica com a Boeing é aprovada pelo governo

A Embraer comunicou ontem (10) que, na mesma data, a União manifestou-se favoravelmente à aprovação da parceria estratégica da companhia com a The Boeing Co., nos termos divulgados ao mercado em ocasiões anteriores.

Segundo a companhia, a parceria estratégica entre Embraer e Boeing irá possibilitar ambas as empresas a acelerar o crescimento em mercados aeroespaciais globais.

 

Como complemento ao comunicado feito acima, vale acrescentar que a aprovação do governo ocorre após as duas empresas terem firmado, no mês passado, os termos da joint venture contemplando a aviação comercial da Embraer e serviços associados.

A Boeing terá participação de 80% na nova empresa e a Embraer, os 20% restantes.

Adicionalmente, como próximo passo do processo, o Conselho de Administração da Embraer deverá ratificar a aprovação prévia dos termos do acordo e autorizar a assinatura dos documentos da operação.

Em seguida, a parceria será submetida à aprovação dos acionistas, das autoridades regulatórias, bem como a outras condições pertinentes à conclusão de uma transação deste tipo.

Caso as aprovações ocorram no tempo previsto, a expectativa é que a negociação seja concluída até o final de 2019.

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Ainda, de acordo com as condições informadas ao mercado em ocasiões anteriores, a Boeing deterá 80% de participação na joint venture pelo valor de US$ 4,2 bilhões.

A expectativa é que a parceria não terá impacto no lucro por ação da Boeing em 2020, passando a ter impacto positivo nos anos seguintes.

Com isso, a joint venture deve gerar sinergias anuais de cerca de US$ 150 milhões – antes de impostos – até o terceiro ano de operação.

Após concluída a transação, a joint venture da aviação comercial será liderada por uma equipe de executivos sediada no Brasil, incluindo um presidente e CEO.

A Boeing, por sua vez, terá o controle operacional e de gestão da nova empresa, que responderá diretamente a Dennis Muilenburg, presidente e CEO da Boeing.

A Embraer terá poder de decisão para alguns temas estratégicos, como a transferência das operações do Brasil.

“A Boeing e a Embraer possuem um relacionamento estreito graças a mais de duas décadas de colaboração. O respeito mútuo e o valor que enxergamos nesta parceria só aumentou desde que iniciamos discussões conjuntas no começo deste ano”, disse Dennis Muilenburg, presidente, chairman e CEO da Boeing ao final do ano passado.

“Estamos confiantes que esta parceria será de grande valor para o Brasil e para a indústria aeroespacial brasileira como um todo. Esta aliança fortalecerá ambas as empresas no mercado global e está alinhada à nossa estratégia de crescimento sustentável de longo prazo”, disse Paulo Cesar de Souza e Silva, presidente e CEO da Embraer na mesma ocasião.

As empresas também chegaram a um acordo sobre os termos de uma segunda joint venture para promover e desenvolver novos mercados para o avião multimissão KC-390.

De acordo com a parceria proposta, a Embraer deterá 51% de participação na joint venture e a Boeing, os 49% restantes.

Em se tratando do operacional da Embraer, apesar de ser uma gigante brasileira com participação mundial no mercado de aeronaves, os resultados da companhia não apresentam uma consistência e uma previsibilidade que gostamos de constatar em negócios que atuam em segmentos perenes e com maior recorrência de receitas.

Obviamente que os números de entrega no 3º trimestre do ano da Embraer podem significar a possibilidade da manutenção de um mercado bastante ativo para a empresa no médio prazo, porém entendemos que esse fator em nada altera o modelo operacional da Embraer em sua essência.

Assim sendo, mesmo sendo a companhia um orgulho nacional, achamos mais prudente seguir de fora da Embraer por não nos sentirmos atraídos por empresas com dívidas consideráveis e pouca solidez nos resultados.

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Tiago Reis
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