Radar do Mercado: Energisa (ENGI11) – aumento no consumo de energia pode contribuir com resultados operacionais

Em um comunicado ao mercado emitido ontem (23), a Energisa informou que o consumo consolidado de energia elétrica registrado pelo do grupo cresceu 5,2% no último mês de dezembro em relação ao mesmo mês do ano anterior, para 2.504,0 Gigawatts/hora (GWh). Considerando o fornecimento não faturado, o volume registrado foi de 2.587,8 GWh, aumento de 4,5% na mesma base de comparação.

Ainda de acordo com o reportado, todas as classes registraram aumento no consumo, sendo que a classe residencial, com crescimento de 4,0%, mostrou os melhores aumentos na Energisa Mato Grosso EMT (+10,2%), Energisa Mato Grosso do Sul EMS (+5,5%) e Energisa Tocantins ETO (+4,9%), ao passo que a classe industrial registrou o maior crescimento do ano (+7,8%), favorecida pelo consumo da ETO (+24,8%), EMS (+11,0%) e EMT (+10,9%).

Paralelamente, a companhia informou, também, que após registrar estabilidade em 2015 e recuo em 2016, o consumo de energia elétrica no mercado cativo e livre do Grupo Energisa apresentou um aumento de 3,7% no ano de 2017, sendo que o volume consumido (29.604,9 GWh) foi recorde histórico, sinalizando a recuperação gradual do mercado de energia.

“O quarto trimestre foi de extrema importância para esse resultado, principalmente em função da baixa base de comparação em função do clima mais ameno em algumas áreas de concessão no final de 2016”, ressaltou a Energisa em seu comunicado.

Todas as classes do Grupo apresentaram variação positiva no ano, com destaque para a classe rural (7,9%). Após seguidos recuos em 2015 e 2016, a classe industrial apresentou crescimento (+2,3%), principalmente em função da melhoria no cenário macroeconômico do país. O ramo de alimentos, com representatividade de 40% da classe, apresentou a maior variação (+5,3%), vinculado às distribuidoras do Centro-Oeste.

 

O Grupo Energisa é um dos maiores grupos distribuidores de energia do país em consumo de energia, atendendo, nesse segmento de atuação, a aproximadamente 6,6 milhões de consumidores em nove estados brasileiros, o equivalente a 8,1% do total de consumidores no Brasil.

A companhia controla, atualmente, nove distribuidoras localizadas nos Estados de Minas Gerais, Sergipe, Paraíba, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, São Paulo e Paraná, que mantêm contratos de concessão que vencem entre 2020 e 2045.

As atividades do Grupo Energisa também incluem ativos em transmissão de energia (decorrente da aquisição de dois lotes no Leilão de Transmissão nº 5/2016, realizado dia 24/04/2017), a prestação de serviços e o desenvolvimento de estudos de geração de energia.

A companhia tem ações negociadas no Brasil, Bolsa, Balcão (B3), em São Paulo, sob os códigos ENGI3 (ações ordinárias), ENGI4 (ações preferenciais) e ENGI11 (Units, certificados compostos por uma ação ordinária e quatro ações preferenciais), além de fazer parte do Nível 2 de Governança Corporativa da B3.

No que diz respeito ao controle acionário da companhia, o mesmo é exercido pela Gipar S.A., cujo controlador direto e indireto é a Família Botelho.

Gostamos da Energisa, e entendemos que o referido comunicado sobre um aumento de 5,2% no consumo de energia em dezembro e também o crescimento de 3,7% no fechamento do ano de 2017 demonstra de maneira bem direta o compromisso de sua gestão com a expansão operacional da companhia, o que tende a gerar valor a seus acionistas no longo prazo.

Entendemos, ainda, que esses aumentos no consumo de energia tendem a influir direta e positivamente nos resultados da companhia no 4T17, que estão previstos para serem divulgados ao mercado em meados do mês de março.

Neste sentido, é importante mencionar que, no terceiro trimestre do ano passado, posição consolidada de caixa, equivalentes de caixa e aplicações financeiras da Energisa totalizou R$ 2.814,9 milhões no final de setembro de 2017, frente aos R$ 2.402,4 milhões registrados em junho de 2017 e R$ 2.768,2 milhões registrados em dezembro de 2016.

Em paralelo, no mesmo período a dívida liquida totalizou R$ 6.434,1 milhões, contra R$ 6.201,5 milhões em 30 de junho de 2017.

Por sua vez, a dívida líquida deduzida dos créditos setoriais, passou de R$ 6.323,2 milhões em 30 de junho de 2017 para R$ 6.137,4 milhões em 30 de setembro de 2017, redução de 2,9%, ao passo que o Ebitda Ajustado consolidado dos últimos 12 meses findos em setembro de 2017 totalizou R$ 2.141,4 milhões e, consequentemente, a relação dívida líquida por Ebitda Ajustado foi de 2,9 vezes em setembro de 2017, patamar este ainda dentro do que consideramos aceitável para uma companhia.

No mais, avaliamos como positivo o comunicado da companhia e gostamos de sua gestão e também de seu segmento de atuação.

Contudo, já possuímos, em nossas carteiras de recomendações, outras empresas do setor elétrico as quais entendemos que também podem gerar muito valor a seus acionistas no longo prazo.

Por conta disso, e por também acharmos mais prudente evitar uma grande exposição a um único segmento de atuação, preferimos seguir de fora de Energisa, o que não descarta a ideia de que a companhia pode ser uma boa alternativa em investimento a preços mais descontados.

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Tiago Reis
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