Radar do Mercado: Eternit (ETER3) – Situação da companhia segue desafiadora

A Eternit comunicou aos seus acionistas e ao mercado em geral que deixou de utilizar o amianto como matéria-prima na produção de telhas de fibrocimento. A produção de telhas em suas fábricas se dá exclusivamente com a adição de fibras sintéticas.

“A Eternit reforça o seu compromisso de trabalhar dentro das melhores práticas de segurança, cuidado com o meio ambiente, sempre comprometida com a comunidade e seus colaboradores, de acordo com as normas e leis que regem o setor”, salientou a companhia em seu comunicado.

 

Como complemento ao comunicado feito acima, vale adicionar que, de acordo com seu planejamento estratégico, a SAMA (mineradora controlada pela Eternit) interrompeu também a comercialização de fibras de amianto no mercado nacional e continuará suas operações direcionando sua produção exclusivamente para o mercado externo, atendendo clientes em outros países onde o produto é permitido, tais como Estados Unidos, Índia, Indonésia, Malásia e etc.

Vale lembrar, também, que em novembro de 2018 foi publicada a sentença proferida pela 1ª Vara do Trabalho de Colombo, Estado do Paraná, onde julgou parcialmente procedente a Ação Civil Pública ajuizada pelo Ministério Público do Trabalho.

Segundo a companhia informou na ocasião, a sentença exclusivamente impôs a substituição do amianto como matéria prima desde 20/03/2018 e, no prazo de 90 dias a partir do trânsito em julgado, apresentação de plano de eliminação de todo o amianto presente na fábrica (estoque e resíduos).

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“Cabe ressaltar que a Eternit não mais utiliza o amianto como matéria prima em sua produção na fábrica de Colombo desde novembro de 2017”, salientou a companhia, na época.

Ainda na mesma ocasião, a empresa destacou também que, de acordo com a sentença, não foi produzida prova de que Eternit desenvolveu atividades irregulares na unidade fabril de Colombo/PR, tampouco de que ex-empregados ficaram doentes por alegada exposição ao amianto.

Como consequência, todos os pedidos do Ministério Público do Trabalho foram julgados improcedentes, em especial o de pagamento de dano moral coletivo no valor de R$ 85 milhões, de ampliação de exames médicos pós-demissionais e de concessão de assistência médica vitalícia a todos os ex-empregados.

No mais, diante da situação da companhia, continuamos com nosso posicionamento em relação à Eternit, muito por conta do atual cenário desafiador em que se encontra a companhia nesse momento.

Vale lembrar que a companhia entrou na Justiça com o pedido formal pedido de Recuperação Judicial em meados de março do ano passado.

Na ocasião, a companhia destacou que tal pedido, que se soma a uma série de medidas administrativas e operacionais que já vinham sendo adotadas pela Eternit, foi aprovado ad referendum pelo Conselho de Administração da companhia em reunião realizada no mesmo dia de tal decisão.

Segundo o relatado, o pedido teria o intuito de atender ao melhor interesse de todas as sociedades que integram o Grupo Eternit, em especial: preservar a continuidade das atividades do Grupo Eternit e sua função social, com o cumprimento dos compromissos assumidos com seus clientes; preservar, de forma organizada e responsável, os interesses e direitos de seus fornecedores, credores e acionistas; e proteger o caixa da companhia e das sociedades do seu grupo objetivando mitigar riscos operacionais.

Nesse sentido, além de estar enfrentando, na Justiça, questões bastante desconfortáveis em relação à muitas matérias primas de sua cadeia de produção, o fato da companhia acionar o pedido de recuperação judicial parece pôr fim a uma novela que se iniciou a aproximadamente quatro anos.

Com isso, para aqueles que não são acionistas da Eternit, sugerimos que permaneçam de fora do negócio, visto que, hoje, avaliamos ser este um investimento com um risco bastante elevado e, por conta disso, entendemos não haver motivo algum para indicarmos a participação na companhia, pelos motivos acima destacados.

No mais, continuaremos a esperar de fora o desencadeamento dos fatos que, nesse momento, se mostram completamente fora de viabilidade no que diz respeito à um investimento de longo prazo.

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Tiago Reis
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