A Forjas Taurus, por meio de nota, informou aos seus acionistas e ao mercado em geral que, a despeito de todos os esforços realizados pela administração da companhia e seus auditores independentes durante os últimos dias, a expectativa para a divulgação, no último dia 02, das demonstrações financeiras relativas ao exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2017, não se concretizou.
Segundo o relatado, este atraso decorre do atual cenário de mudanças estruturais da Taurus e a recente alteração da administração da companhia, bem como dos desafios por ela enfrentados.
“Diante deste cenário, a administração da companhia, em cumprimento aos seus deveres fiduciários, tem buscado assegurar a qualidade e adequação das informações contábeis e financeiras que serão prestadas aos seus acionistas e ao mercado em geral”, ressaltou a companhia em seu comunicado.
Isto posto, a Forjas Taurus destacou que, além de reforçar o seu compromisso de produzir suas informações financeiras da maneira mais adequada possível, se compromete a divulgar suas Demonstrações Financeiras em até 48 horas a contar de ontem (03), de forma a não prejudicar a sua análise pelos acionistas, tendo em vista especialmente a sua Assembleia Geral Ordinária, que será realizada em 30 de abril de 2018.
Adicionalmente, em um outro comunicado, a companhia informou que o Sr. Luiz Augusto Polacchini, invocando motivos pessoais, encaminhou à Secretaria do Conselho de Administração da companhia carta de renúncia de seus cargos de Diretor Administrativo Financeiro e Diretor de Relações com Investidores.
Com isso, o Conselho de Administração da empresa, em reunião realizada em 02 de abril de 2018, apreciou a renúncia do Luiz Augusto Polacchini, e nomeou o Sr. Sérgio Castilho Sgrillo Filho, atual gerente financeiro, para assumir as atividades anteriormente exercidas pelo Sr. Luiz Augusto Polacchini.
Ainda segundo o reportado, o Sr. Sérgio Castilho Sgrillo Filho possui experiência de mais de 20 anos na área de finanças, tendo atuado em grandes empresas tais como: Sodexo do Brasil, Brookfield e Stihl Ferramentas Motorizadas. Desde 2016 ocupa o cargo de gerente financeiro na Taurus, tendo conduzido as negociações de reestruturação da dívida da companhia nos últimos dois anos.
É sempre uma situação constrangedora o anúncio, por parte de uma companhia aberta, de um atraso na divulgação de seus balanços, ainda mais quando a mesma se encontra em uma situação de bastante dificuldade operacional como se encontra a Forjas Taurus nesse momento.
Já em relação à renúncia de seu Diretor Administrativo Financeiro e Diretor de Relações com Investidores, torcemos para que o novo executivo consiga, de fato, trabalhar de maneira sólida e consistente para contribuir no que diz respeito à reestruturação e o crescimento sustentável da companhia, haja visto que a sua situação operacional, neste momento, se encontra em uma situação bastante crítica.
Tomando-se como base os seus últimos resultados divulgados, que levam em conta os seus números do terceiro trimestre de 2017, é possível constatar que a companhia apresentou, no período, um Ebitda negativo de R$ 24,9 milhões que, segundo a empresa, foram impactados principalmente pela performance do mercado nos EUA e por novos provisionamentos para contingências cíveis e trabalhistas.
No acumulado de 2017, o Ebitda da empresa registra saldo negativo de R$ 23,5 milhões, contra um resultado também negativo de R$ 44,9 milhões no mesmo período do ano anterior.
Segundo a empresa, esse resultado foi impactado, em grande parte, por um alto Custo dos Produtos Vendidos (CPV) e por um considerável patamar de despesas operacionais SG&A (vendas, gerais e administrativas).
Pôde ser percebido, ainda, que esse resultado negativo se consolidou mesmo com um aumento de 16,3% frente ao 2T17 da receita líquida consolidada da empresa, que atingiu R$ 211,1 milhões. Quando comparado com o mesmo período do ano passado, porém, a receita líquida apresentou uma queda de 5,3%.
Como consequência, ao final de setembro do ano de 2017, a Forjas Taurus apresentou registrou um prejuízo de R$ 18,5 milhões frente a um resultado também negativo de R$ 31 milhões no 2T17. Assim sendo, nos nove meses de 2017, a companhia acumula um prejuízo de R$ 55,9 milhões, contra saldo também negativo de R$ 44,2 milhões no mesmo período de 2016.
Paralelamente, há de se destacar também que, no período, o endividamento líquido da companhia contabilizou R$ 709,4 milhões, com a maior parte desses compromissos, entretanto, apresentando vencimento de caráter de longo prazo.
Diante de toda essa situação desafiadora em que se encontra, a Forjas Taurus apresentou, no período, um consumo de caixa de R$ 4,9 milhões no 3T17 contra um consumo de R$ 11,3 milhões no 2T17. Assim, o saldo final de caixa e equivalente a caixa apresentou recuo de 41,9% no 3T17 em comparação ao 2T16, totalizando um montante de R$ 6,8 milhões.
Esse fenômeno pode ser explicado, em grande parte, pelo fato de que, diante de muitos contratempos operacionais como se encontra a Forjas Taurus nesse momento, qualquer companhia se vê na necessidade de ter que “queimar caixa” para conseguir honrar com seus compromissos de curto prazo.
Cabe destacar, ainda nesse sentido, que a empresa segue sem pagar os fornecedores no prazo normal. Neste quesito, a companhia sempre “reagendou” o pagamento de diversos fornecedores. Se fosse pagar em dia o consumo de caixa seria ainda maior.
Obviamente que essa situação não é sustentável no decorrer do tempo, e certamente chegará o momento em que, não tendo mais caixa para queimar, a companhia se encontrará em uma situação muito mais complicada em que se encontra agora.
Vale lembrar que o papel dessa companhia recentemente foi alvo de um fluxo especulativo irresponsável e sem fundamentos e, nessa conjuntura, reforçamos nossa opinião e sugestão a nossos assinantes de se manterem a distância dessa complicadíssima empresa, que se encontra numa situação bastante desafiadora para o longo prazo.
Dito isso, reforçamos nosso posicionamento de nos manter de fora de Forjas Taurus por tempo indeterminado.
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