A JBS divulgou na quinta-feira (29) seus resultados referentes ao quarto trimestre e do acumulado do ano de 2017 e, de acordo com a companhia, houve, no decorrer de 2017, um Ebitda de R$13,4 bilhões, 18,9% superior a 2016, com margem EBITDA crescendo de 6,6% para 8,2%.
Esse resultado foi consequência de uma receita líquida de R$163.170,0 milhões, o que representou uma redução de 4,2% comparado a 2016, devido ao impacto da variação cambial e da venda dos ativos no âmbito no plano de desinvestimentos.
No 4T17, a JBS registrou uma receita líquida consolidada de R$42.734,5 milhões, o que representa um aumento de 2,7% frente ao 4T16. No trimestre, aproximadamente 73% das vendas globais da JBS foram realizadas nos mercados domésticos em que a companhia atua e 27% por meio de exportações.
A companhia gerou, também em 2017, R$ 5.204,0 milhões em caixa nas atividades operacionais, um aumento de 41,9% frente ao ano anterior. O fluxo de caixa livre foi de R$2.777,6 milhões, um aumento de 2070,0% frente ao ano anterior.
Já no 4T17, a companhia gerou R$ 1.808,6 milhões em caixa nas atividades operacionais, o que representa um decréscimo de 54,9% comparado ao 4T16. O fluxo de caixa livre (após investimentos) foi de R$2.014,9 milhões, uma diminuição de 30,7% em relação ao 4T16.
Vale ressaltar, também, que a JBS encerrou 2017 com R$11.741,3 milhões em caixa. Adicionalmente, a JBS USA possuía US$1.051,4 milhões disponíveis em linhas de crédito rotativas e garantidas, equivalentes a R$3.478,03 milhões ao câmbio de fechamento do trimestre e conferindo à JBS uma liquidez total de R$15.219,3 milhões, superior à dívida de curto prazo.
Com isso, a sua dívida líquida reduziu de R$ 46.904,8 milhões em 2016 para R$ 45.283,3 milhões ao fim de 2017, mesmo com o impacto da valorização do dólar no fechamento do ano, que passou de R$3,26 em 2016 para R$3,31 em 2017.
Assim, a sua alavancagem reduziu de 4,16x ao final de 2016 para 3,38x em 2017.
Mesmo com a melhora da performance da companhia, há de se destacar de que um patamar de dívida líquida de R$ 45 bilhões representando uma alavancagem de pouco mais de 3x ainda se encontra em um alto nível para empresas de qualquer segmento de atuação.
É importante destacar, também, que grande parte dessa dívida é resultado de empréstimos bastante “amigáveis” provenientes do BNDES em troca de favores e contribuições financeiras a políticos de Brasília e suas campanhas eleitorais, fato este recorrentemente noticiado pela mídia.
Cabe lembrar, também, que a JBS se desfez de muitos ativos após a fatídica delação, no dia 18 de maio do ano passado, do seu então presidente Joesley Batista – a qual revelou escândalos que envolveram até o presidente Michel Temer e muitos de seus aliados – o que contribuiu, em grande parte, para a alta de performance do empreendimento no período.
Preferimos seguir as orientações de Decio Bazin, que sugerem que os investidores evitem empresas envolvidas em situações que podem levantar certa “suspeita” por parte de sua gestão e, por conta disso, seguimos de fora por tempo indeterminado da JBS.
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