A Petrobras informou ontem (07) que recebeu a devolução de cerca de R$ 654 milhões por meio de acordos de colaboração celebrados com pessoas físicas e jurídicas no âmbito da Operação Lava Jato.
De acordo com a estatal, com essa devolução, o total de recursos transferidos para a Petrobras desde o início da Operação atinge o montante de R$ 1,476 bilhão.
“A Petrobras vem trabalhando em parceria com o Ministério Público Federal, a Polícia Federal, a Receita Federal e demais autoridades competentes desde o início das investigações, ao mesmo tempo em que aprimorou seus mecanismos de controle e tomada de decisões”, destacou a companhia.
A petroleira enfatizou, ainda, “que é reconhecida pelas autoridades como vítima dos atos desvendados pela Operação, e seguirá adotando medidas jurídicas contra empresas e pessoas, inclusive ex-funcionários e políticos, que causaram danos financeiros e à imagem da companhia”.
A Petrobras atua como coautora com o Ministério Público Federal e a União em 13 ações de improbidade administrativa em andamento, além de ser assistente de acusação em 43 ações penais.
Torcemos para que, de fato, cada vez mais a Petrobras seja reembolsada pelo capital que foi dela roubado ao longo de vários anos.
Esse tipo de situação nos reforça ainda mais o fato de, independentemente de partido político, uma gestão estatal tende sempre a deixar uma sensação de incerteza perante as suas decisões.
É uma pena.
Entretanto, vale destacar que recentemente nosso sócio fundador Tiago Reis realizou uma entrevista com o membro do Conselho de Administração da companhia, Guilherme Affonso Ferreira, na qual o mesmo confessou acreditar que a Petrobras passa agora por um momento de transição relevante, no qual começaram-se a diminuir as notícias negativas, ao passo que se aumentam as positivas.
Neste sentido, como a própria Petrobras destacou, o total de recursos já transferidos de volta para ela desde o início da Operação Lava-Jato atinge o montante de R$ 1,476 bilhão.
É um valor muito significante.
É claro que, quando comparado com o atual patamar de dívida da companhia, percebe-se que, percentualmente, este é um valor ainda irrisório, isto por que, ao final do terceiro trimestre do ano, a companhia apresentou um endividamento total de R$ 359 bilhões, resultado 7% menor que os R$ 385 bilhões ao final do ano passado, porém ainda extremamente expressivo.
Contudo, quanto imaginamos o montante financeiro que ainda não foi descoberto no âmbito das investigações, aliado ao fato de que, ao invés de ter sido desviado, esse capital tivesse sido investido na empresa, podemos vislumbrar um hipotético cenário no qual a companhia poderia se encontrar hoje bastante diferente do atual.
É lamentável!
Situações como essas reforçam ainda mais nossa convicção de que, infelizmente, gestões estatais no Brasil sempre levantam suspeitas e tendem a deixar os interesses dos minoritários sempre em última prioridade.
Por conta disso, seguiremos de fora da Petrobras e sugerimos o mesmo a todos os investidores que confiam em nossas recomendações.
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