SMAL11: entenda como funciona o ETF das Small Caps
As Small Caps são conhecidas por serem empresas que, apesar de pequenas em capitalização, possuem grande potencial de valorização no mercado. Nesse sentido, uma das maneiras mais simples de se expor a essa classe de ativos da bolsa é através do SMAL11.
Desde que foi criado, o SMAL11 teve um desempenho consideravelmente maior que o Ibovespa. Por isso, é mais do que importante saber como ele funciona. Além de entender quais são suas vantagens e desvantagens em relação a outras estratégias de investimento em renda variável.
O que é o SMAL11?
O SMAL11 é um ETF negociado na bolsa que replica o desempenho de uma carteira teórica de Small Caps, representado pelo índice SMLL da B3. Funcionando como um fundo, o “ETF das Small Caps” basicamente performa de acordo com o desempenho desse pacote de ações das empresas com os menores valores de capitalização listadas na bolsa.
O “ETF das Small Caps” foi criado para tentar aproveitar dessas oportunidades, uma vez que o seu desempenho está atrelado ao conjunto de empresas com o menor valor de mercado da bolsa. Além disso, a composição do pacote de empresas do SMALL11 segue também os seguintes critérios:
- A carteira deve englobar o conjunto de empresas Small Caps que, conjuntamente, representem 15% da soma dos valores de capitalização de todas as companhias listadas na bolsa;
- As ações da carteira teórica devem ter sido negociadas em todos os dias de pregão dos últimos 12 meses.
Por que o SMAL11 replica as Small Caps?
Por serem empresas de menor valor de mercado e liquidez na bolsa, as Small Caps tendem a ser menos acompanhadas no mercado. Por isso, as ações que compõe o SMAL11 normalmente negociam com um desconto. Ou seja, com um preço menor em relação às ações de empresas Mid Caps e Large Caps.
Isso acontece porque as empresas de maior porte estão sendo acompanhadas e analisadas a todo momento por vários agentes do mercado. Logo, isto reduz a possibilidade do preço se distanciar do real valor intrínseco dessas companhias.
Por outro lado, a probabilidade dessa situação ocorrer tende a ser maior com as empresas de menor porte, visto que elas são menos cobertas por analistas – o que pode gerar grandes oportunidades de investimento.
Vantagens do SMAL11
Além de englobar ações pouco analisadas pelo mercado, outras vantagens do SMAL11 são:
1. Diversificação de ativos
O investidor leva um pacote de ações de diferentes setores da economia por meio do SMAL11. Ou seja, isto acontece sem que seja necessário comprar um grande número de ativos.
2. Praticidade de investimento
Não é preciso acompanhar e definir quais empresas serão compradas ou reciclar uma carteira própria de ações.
3. Taxas menores que outros fundos
Para os investidores que preferem investir na bolsa por meio de terceiros, os ETF’s podem ser uma alternativa melhor em relação aos Fundos de Investimentos. Isso porque a taxa de administração dos ETFs, cobrada pela gestora do fundo é, via de regra, bem mais em conta, por volta de 0,50% ao ano.
Desvantagens do SMAL11
Apesar dessas vantagens, existem também algumas desvantagens do SMAL11 importantes de serem destacadas, como:
1. Alta volatilidade
As empresas Small Caps possuem volatilidade consideravelmente maior que as demais empresas listadas na bolsa. Isso acontece porque a liquidez, ou seja, o volume negociado dessas ações na bolsa, é muito menor com relação às empresas de grande porte. Sendo assim, é mais comum ver as cotações subirem e caírem muito no curto prazo.
2. Critérios quantitativos
O critério utilizado para compor a carteira teórica do SMAL11 é puramente quantitativo. Logo, apenas números e regras pré-determinadas são consideradas para compor o pacote de empresas.
Por isso, avaliações fundamentalistas e qualitativas não são utilizadas na seleção dessas ações. Com isso, tal critério pode ser prejudicial à carteira desse ETF.
3. Cobrança de taxas
Realmente as cobradas pelas gestoras dos ETF’s são consideravelmente inferiores às taxas dos Fundos de Investimentos. Contudo, o investidor deve sempre evitar ao máximo pagar quaisquer encargos que envolvem seus investimentos, de modo a potencializar a rentabilidade no longo prazo.
4. Risco elevado
Por não considerar análises fundamentalistas das empresas que irão determinar o desempenho desse ETF, o risco do SMAL11 é consideravelmente mais elevado. Isso porque aspectos como a saúde financeira, as vantagens competitivas e o valuation das empresas não estão sendo considerados para selecionar a carteira teórica.
Nesse sentido, investir em empresas sem considerar uma análise fundamentalista pode permitir o investidor de se sujeitar ao desempenho de companhias que estejam, por exemplo, com um valuation esticado, muito endividadas ou com um corpo administrativo ruim. Isso, sem dúvida, prejudicará o retorno de longo prazo.
Para ajudar no processo de seleção das ações nas quais investir, preparamos um eBook onde explicamos os principais passos e cuidados na hora de analisar uma ação para investir na Bolsa de Valores.
Vale a pena investir no SMAL11?
O investimento em empresas de menor capitalização, sem dúvida, é uma excelente estratégia de investimentos para o longo prazo. Afinal, toda grande empresa um dia já foi uma Small Cap.
Contudo, para o investidor fazer investimentos com menos risco e mais rentabilidade é preciso levar em conta, além do critério capitalização, análises fundamentalistas das empresas.
E, nesse sentido, o SMAL11 pode deixar a desejar nessa questão. Isso devido ao seu perfil exclusivamente quantitativo de seleção de ações para a carteira teórica a ser replicada pelo ETF.