Taxa livre de risco: como utilizar essa taxa para avaliar investimentos?

Na maior parte das vezes, a taxa livre de risco é representada pelos juros do país. Isso porque, em uma economia, o governo é o devedor que detém a menor possibilidade de não pagamento de dívidas.

Logo, conhecer a taxa livre de risco de uma economia e saber como utilizá-la é fundamental para qualquer investidor, visto que ela serve como base para a análise da viabilidade financeira de investimentos.

O que é a taxa livre de risco?

A taxa livre de risco é o nível mínimo de rentabilidade que pode ser tomado como certa. Com ela, o investidor pode afirmar, com alto grau de certeza, que receberá o capital aportado e os juros em uma aplicação atrelada a essa taxa sem risco.

Essa taxa é muito usada dentro do modelo de CAPM (Capital Asset Princing Model), ou Modelo de Precificação de Ativos. Por ser utilizado para mensurar a relação entre risco e retorno de empreendimentos, esse modelo necessita de uma taxa isenta de perdas para ser calculado.

Logo, nessa situação, a taxa livre de risco representa o mínimo que um investidor poderia esperar de retorno caso não investisse no empreendimento analisado.

Dessa forma, a taxa servirá como norteadora para a análise de risco de investimentos. Dessa forma, ela corresponderá ao custo de oportunidade do projeto, ou seja, o que o investidor deixa de ganhar ao decidir investir em outras alternativas.

No curso gratuito de Valuation e Precificação de Ativos da Suno, a taxa livre de risco é utilizada no processo de cálculo do valor de um ativo, o que é fundamental para qualquer investidor.

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Como escolher a taxa mais adequada?

A análise da relação entre risco e retorno de um empreendimento vai depender, principalmente, de dois fatores:

1. Fator geográfico

No caso de uma empresa internacional, a análise financeira de um projeto Y a ser feito Estados Unidos deverá utilizar uma taxa diferente da análise econômica desse mesmo projeto no Brasil.

A economia americana possui um risco menor que a economia brasileira, e por isso a taxa livre de risco e o prêmio de risco da primeira também será inferior.

2. Fator temporal

Dependendo da duração de um empreendimento, o investidor pode utilizar diferentes taxas livres de risco para realizar sua análise econômica. Com isso, os projetos que demandam uma duração maior de tempo possuem também riscos mais elevados. Já que as incertezas crescem proporcionalmente à extensão do tempo.

No Brasil e nos Estados Unidos, por exemplo, o investidor pode se utilizar das diferentes taxas de juros dos títulos públicos. Essa escolha irá depender do prazo de vencimento de cada um deles.

Exemplos de taxa livre de risco são: CDI, NTN-B Principal, T-Bond 10Y (treasury americano).

Normalmente, no Brasil, é comum utilizarmos o CDI como essa taxa. Isso se deve porque o CDI está sempre muito próximo do juro da economia brasileira.

Exemplo de uso da taxa livre de risco

Suponha que uma construtora estuda construir um empreendimento residencial. Após a análise de investimento, foi encontrada uma TIR (Taxa Interna de Retorno) de 10% ao ano.

Considere que:

  1. O empreendimento residencial ficará pronto após 4 anos de construção;
  2. Para obter o retorno de 10% ao ano, a construtora estimou que todas as vendas aconteceriam durante a construção do empreendimento;
  3. A taxa de juros do país onde a construtora estuda fazer o projeto é de 9,5% ao ano.

Sendo assim, fica claro nesse exemplo que a construtora não deve tirar a análise do papel. Isto porque o empreendimento trará pouco retorno comparado à taxa de retorno livre de risco.

Além disso, existe o fato do projeto envolver muitas incertezas. Entre elas estão a possibilidade de não vender, o prazo de construção e a possibilidade de acontecer atraso nas obras.

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A importância do uso da taxa livre de risco

Como foi visto, a utilização da taxa livre de risco é fundamental antes de realizar um investimento. Após a análise dessa taxa, é possível que a decisão de um investidor sobre um empreendimento se altere. Sendo assim, é mais do que importante conhecê-la e saber utilizá-la, para ter mais segurança e mais controle da relação entre o risco e o retorno dos investimentos.

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Tiago Reis
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1 comentário

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  • Matheus Chiste 24 de junho de 2020
    oi, é possível que o Brasil entre em uma bolha de inflações com os auxílios que estão sendo liberados? porque acredito que, a grana que está vindo para nós, tabalhadores, sejam ou venham da OCDE...Responder

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